Bancos públicos regam festival de entidade que apoia o governo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal concederam patrocínios de R$ 280 mil para o 3 Festival da Juventude Rural, evento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) em Brasília nesta semana. O BNDES é responsável pelo repasse de R$ 200 mil e a Caixa de R$ 80 mil.  
Foto da marcha da juventude rural durante a 2ª edição do festival, realizado em 2010 A Contag também já garantiu patrocínio para um outro evento a ser realizado em agosto: "a Marcha das Margaridas", quando mulheres agricultoras viajam a Brasília para fazer reivindicações ao governo. A Caixa autorizou o repasse de R$ 400 mil para o evento. Em seu site, a Contag conclama as mulheres a participar:
"A conjuntura que se desenha pós-eleições exige que as margaridas assumam a mesma postura que lhes exigiu coragem e ousadia para reconduzir Dilma Rousseff à Presidência da República, para que continuem afirmando-se como sujeitos de direitos e sujeitos políticos a fim de garantir reformas políticas capazes de proporcionar mudanças em estruturas históricas que ainda sustentam as desigualdades e a discriminação no Brasil".  
No dia 15 de abril, o presidente da Contag, Alberto Broch, esteve com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, oportunidade em que pediu R$ 53 bilhões em financiamento para a agricultura familiar este ano e afirmou não haver indícios para abertura de processo de impeachment contra a presidente.

MURILO RAMOS
Época 

O novo caderno de teses do PT é um grande presente para a direita

Por Luciano Henrique Ayan | Ceticismo Político

A direita ganhou um presente inesperado nesta semana: a publicação do Caderno de Teses, que será utilizado no 5º Congresso Nacional do PT. (Clique aqui para baixá-lo. É a partir da página 160 que o barbarismo toma conta, mas todos os cadernos são repletos de intenções totalitárias.)
E qual é o presente? Finalmente, em um documento oficial membros do PT reconhecem querer estabelecer a ditadura do proletariado, pedindo coisas como cassação de Jair Bolsonaro, estatização da Rede Globo, estatização de todas as emissoras que tenham programas religiosos, inimputabilidade do MST e de outros órgãos paramilitares do PT, impeachment de todos ministros do STF que condenaram mensaleiros e daí por diante.
Uma parte da direita achou que isso era motivo para pedir Forças Armadas, ou seja, continuar repetindo o discurso de propaganda que só serve para ajudar ao PT. Ao contrário, este é o momento onde alguns petistas se rebaixaram ao mesmo nível do discurso intervencionista. Quer dizer, agora é o momento de nós usarmos os “intervencionistas do lado de lá”. É o momento de expormos o partido por ter gente em suas alas defendendo a tomada de poder pela força, o que levaria o Brasil à escravidão, ao racionamento de alimentos e à crise endêmica.
É claro que todo o governo petista é baseado em dar golpes. Falamos de golpes jurídicos, golpes trabalhistas, golpes econômicos e golpes contra a liberdade de expressão. Projetos para censurar a mídia, “humanizar as redes” e outros não passam de golpes. Eles nunca vão parar de dar golpes. Esta é uma lei da natureza. Mas sempre são golpes disfarçados. No Caderno de Teses do PT existe um golpe não-disfarçado. Essa é a diferença do documento que menciona “um partido para tempos de guerra”.
Enfim, o momento é de aproveitarmos essa brecha dada pelo partido e desconstruirmos, linha a linha, esses “cadernos de teses”. E, enfim, desmascararmos de uma vez por todas o discurso da direita intervencionista ao exibirmos as atrocidades proferidas nos “cadernos de teses” petistas. Se aproveitarmos a oportunidade, geraremos um gravíssimo dano político ao PT somente com a exposição do que eles escreveram ali. E são danos do mesmo tipo que os intervencionistas tem causado a direita.
Agora é o momento dos direitistas democráticos agirem. Que os intervencionistas não venham atrapalhar de novo.

Derrotado nas eleições, ex-deputado amigo de Lula ganha emprego no Sesi

Um dos mais íntimos amigos do ex-presidente Lula, de quem foi colega de fábrica quando os dois eram metalúrgicos, o ex-deputado petista Devanir Ribeiro não conseguiu se reeleger, mas não ficou desamparado. Por exigência de Lula, foi nomeado para o conselho nacional do SESI com um gordo salário. Durante o segundo mandato do ex-presidente, Devanir lançou a ideia de alterar a constituição para permitir mais uma reeleição de Lula. O ex-parlamentar trabalha junto com outro amigo de Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho, que preside o conselho do SESI.

Líder do PSDB diz que pedido de impeachment será feito em maio

LÍDER DO PSDB DIZ NO FÓRUM DE COMANDATUBA QUE PSDB DEVERÁ FORMALIZAR O PEDIDO DE IMPEACHMENT EM MAIO


espada“Cássio Cunha Lima abordou Eduardo Cunha. Aconselhou-o a refletir melhor, já que o pedido de impeachment deve mesmo ser formalizado. E contestou o entendimento do presidente da Câmara: “Prevalecendo essa tese do mandato anterior, haverá uma mudança profunda na jurisprudência do STJ, que tem mais de uma centena de decisões contra prefeitos, punidos inclusive com perda do mandato. O Judiciário não faz distinção entre o primeiro e o segundo mandato. Aplica a tese da ação continuada.”
Líder da oposição na Câmara, o deputado Bruno Araújo, também do PSDB, ecoou o correligionário: “Aplicando-se o entendimento de Eduardo Cunha, presidentes, governadores e prefeitos que se candidatem à reeleição podem roubar e cometer todo tipo de irregularidades. Se tomar posse, está salvo. E Cunha Lima: “Os candidatos à reeleição vão meter o pé na jaca e correr até o dia da posse. Se for empossado, está anistiado. Isso não tem fundamento.””
Mais cedo, Cássio Cunha Lima tinha dito que se Eduardo Cunha rejeitasse o pedido, a oposição iria derrubar o veto no plenário da Câmara.

Fonte: UOL e Estadão

Uso político agrava rombo na Petros, que teve prejuízo de R$ 6,2 bilhões em 2014

RIO - Funcionários e aposentados da Petrobras correm o risco de ter de fazer contribuições extras para cobrir prejuízos do fundo de pensão da estatal, a Fundação Petros, a partir de 2017. É o que indica um relatório elaborado por dois conselheiros independentes da Petros com base nos números de 2014, que ainda não foram divulgados pela entidade. Um dos alvos das investigações da Operação Lava-Jato, a Petros fechou 2014 com o seu principal plano de previdência no vermelho pelo segundo ano consecutivo, com um déficit técnico de R$ 6,2 bilhões, diz o relatório.

O documento aponta que o Plano Petros do Sistema Petrobras (Petros BD) — que tem mais de R$ 70 bilhões em investimentos e envolve 28 mil contribuintes e mais de 50 mil aposentados da estatal — deverá repetir um resultado negativo este ano. Se isso acontecer, a fundação será obrigada a cobrar dos participantes uma contribuição extra para cobrir o rombo.
A Petros entrou na mira da Lava-Jato depois que o advogado Carlos Alberto Pereira Costa, um dos auxiliares do doleiro Alberto Youssef, disse em delação premiada que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso anteontem, intermediava negócios na Petros e em outros fundos de pensão. O negócio envolvendo Vaccari teria rendido, segundo o advogado, R$ 500 mil em propinas a ex-gerentes da Petros.
Os números negativos de 2014, que a Petros será obrigada a divulgar até julho, acirraram ainda mais as queixas de má gestão e aparelhamento político da Petros feitas pelos participantes.
Na Petros, os principais cargos são divididos entre petistas da Federação Única dos Trabalhadores (FUP) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ambos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT. Em março, uma disputa interna por cargos terminou com a substituição de toda a equipe, com o apoio do novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, mas os sucessores também pertencem aos dois grupos políticos. Os diretores do fundo são acusados de fazer investimentos controversos.
O relatório dos conselheiros admite que as condições adversas da economia contribuíram para os maus resultados de todos os fundos de pensão. Mas dizem que a ingerência política é um fator que agrava as perdas da Petros.
A contribuição extra já deverá ocorrer em 2016 com os participantes de outro plano da Petros, o Ultrafértil, dos funcionários de uma subsidiária de fertilizantes da Petrobras, que, segundo os conselheiros independentes, já “apresenta neste momento déficit da ordem de 20%”.
Pela legislação do setor de previdência privada, quando um plano tem déficit acima de 10% das provisões matemáticas (o recurso necessário para honrar as pensões) ou tem perdas por três anos consecutivos, a administradora tem um ano para formular um plano para que os funcionários e a patrocinadora cubram as perdas.

O déficit técnico mostra o equilíbrio do plano ao estimar a quantidade de dinheiro que faltaria hoje para pagar as aposentadorias de todos os participantes até o fim da vida. Isso significa que o plano da Petros não tem um risco imediato de quebrar, mas precisa ser reequilibrado para garantir a sua sustentabilidade no longo prazo.

NO POSTALIS, PODER DIVIDIDO ENTRE PMDB E PT

Recentemente, o fundo de pensão dos Correios, o Postalis, iniciou a cobrança de contribuições extras de participantes e o desconto de pensionistas equivalente para cobrir um rombo de R$ 5,6 bilhões. A Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica Federal, também terá de elaborar um plano similar depois que o resultado de 2014, divulgado há poucos dias, mostrou déficit de R$ 367 milhões num dos planos.
Os três fundos de pensão de estatais são administrados por indicados políticos, que, inclusive, têm passagem por mais de um deles, e são alvo de uma série de denúncias de participantes por má gestão e investimentos suspeitos feitas à Previc, o órgão regulador do setor.
No Postalis, o poder é dividido entre afilhados do PMDB e o mesmo grupo de petistas que domina a Petros. O atual presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, foi presidente da Petros durante os oito anos do governo Lula. Ele indicou o atual presidente do Postalis, Antonio Carlos Conquista, que foi diretor do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras na gestão de Pinheiro.
Desde o início do governo Lula, os principais fundos de pensão de estatais são dominados por esse grupo, ligado ao sindicato dos Bancários de São Paulo. O grupo, que era liderado pelo ex-ministro Luiz Gushiken (morto em 2013), tem entre seus integrantes Vaccari, Wagner Pinheiro, o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa e o atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
Os dados usados no relatório dos conselheiros da Petros Ronaldo Tedesco e Silvio Sinedino, eleitos pelos funcionários e aposentados, ainda não foram divulgados porque a fundação ainda precisa ainda submetê-los a uma auditoria independente e ao Conselho Deliberativo da entidade.
No entanto, os conselheiros decidiram divulgar os dados preliminares para tentar acalmar os funcionários da Petrobras, que estão preocupados com suas aposentadorias diante do envolvimento da Petros nas investigações da Operação Lava-Jato. A troca recente da diretoria da Petros e a comparação com o Postalis, cuja situação é muito mais grave por ter patrimônio bem menor que o da Petros, fez o alarmismo tomar os corredores da estatal.

VENDA DE TÍTULOS RESULTOU EM PREJUÍZO

Carlos Alberto Costa, o advogado ligado a Youssef disse à Justiça que João Vaccari Neto frequentou, entre 2005 e 2006, a empresa CSA Project Finance, de um sócio do doleiro. Ali, ele teria intermediado a venda de títulos de R$ 13 milhões de uma indústria de Barra Mansa (RJ) para a Petros, que mais tarde resultou em prejuízos para a fundação.
Um deles, segundo Costa, seria Humberto Grault Pires de Lima, que foi gerente de investimentos da Petros e atualmente é gerente de participações da Funcef. Vaccari e Lima negam as acusações. Em janeiro, a PF abriu inquérito no âmbito da Lava-Jato para apurar a denúncia.
É justamente nesse tipo de operação com títulos de crédito privado que a Petros tem acumulado investimentos controversos. O relatório dos conselheiros aponta que, de um total de R$ 801,9 milhões da Petros em investimentos dessa carteira de crédito privado, R$ 730,6 milhões estavam provisionados com alto risco de perdas nos números da fundação de dezembro de 2014, que ainda não foram divulgados.

Uma auditoria independente ainda em curso contratada pelos conselheiros apontou vários problemas nesses investimentos, como a ausência de documentos e garantias insuficientes, além da falta de mecanismos de controle internos. Um dos casos mais controversos é o da Galileo Educacional, a mantenedora das universidades Gama Filho e UniverCidade, que vendeu R$ 700 milhões em debêntures para Petros e Postalis. Afogada em dívidas e má gestão, a empresa perdeu o credenciamento do MEC e fechou as portas mergulhada em dívidas.
A Petros ainda amarga resultados ruins com investimentos em empresas de interesse do governo, como a Sete Brasil, construtora de sondas para a Petrobras envolvida na Lava-Jato, e a Lupatech, do setor de equipamentos para a indústria de petróleo, que entrou em recuperação extrajudicial por causa de dificuldades de financiamento.
Os conselheiros dizem ainda que a Petrobras tem dívida com a Petros que não é cobrada por seus executivos. Também cobram a mudança do estatuto da Petros para permitir eleições entre os funcionários para cargos da diretoria executiva.

OGLOBO

Dúvidas sobre a Contribuição ao Sindicato

Um amigo de longa data, o Alexandre Meyer, leu o meu post sobre a carta de oposição a Contribuição Assistencial do SindPD/SP e aproveitou para consultar sua namorada, que trabalha no Ministério do Trabalho. Ela que trouxe várias informações muito interessantes sobre estas contribuições ao sindicato, com a vantagem adicional de que suas explicações são absolutamente imparciais...

Segue abaixo a transcrição das perguntas e respostas que ele me repassou:
  1. Estas contribuições confederativas, assistenciais etc precisam ser pagas ?
    R.:
    Não. A única coisa que deve ser paga é a "Contribuição sidical" também chamada "Imposto sindical". Todas as outras paga quem quer. Quem garante é a súmula 666 do STF e o precedente normativo 119 do TST:
    • Súmula nº 666 do Supremo Tribunal Federal: "A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo."
    • Precedente normativo nº 119 do Tribunal Superior do Trabalho: "A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados."
  2. Eu preciso realmente escrever a cartinha para o sindicato ?
    R.: Não, mas... De acordo com o artigo 545 da CLT, bastaria você avisar o RH da sua empresa que não autoriza o desconto que eles não pode mais fazer. Escreva uma carta dizendo que não autoriza entregue no RH da sua empresa e peça para eles protocolarem. Pronto. Acabou. Se ainda assim a empresa descontar, parabéns, você ganhou o direito de colocar sua empregadora no pau.
    • Consolidação das Leis do Trabalho - Art. 545: "Os empregadores ficam obrigados a descontar na folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados, salvo quanto a contribuição sindical, cujo desconto independe dessas formalidades."
  3. Se não precisa, porque a empresa pede a carta protocolada pelo sindicato ?
    R.: Prá tirar o dela da reta. Do mesmo jeito que ninguém quer processar a própria empresa por causa de uma pendenga de menos que poucas centenas de reais, a empresa também não quer o sindicato enchendo o saco dela. A cartinha protocolada serve para deixar claro para o sindicato: "Não é culpa da empresa, o funcionário é que não quis pagar".
  4. O que tem que constar na carta ?
    R.: (1) Endereçar ao sindicato. (2) Identificação do funcionário (nome e CPF é mais do que suficiente, tem gente que copia a carteira de trabalho inteira, não precisa). (3) Identificação da empresa (nome e CNPJ). (4) Dizer expressamente que você NÃO é filiado ao sindicato; (5) Dizer expressamente que você se opões às contribuições X, Y e Z. (6) Dizer expressamente que você não autoriza a empresa a fazer o desconto das tais contribuições. (7) Sua assinatura.
  5. Precisa ser escrita à mão ?
    R.: Não. Cada um escreve como quiser, eles fazem isso para evitar que a empresa imprima milhares de cartinhas e o funcionário só tenha o trabalho de assinar. Se você chega lá com uma carta impressa eles dizem que "vão te fazer o favor de receber, só dessa vez". Não é favor, está assinada pelo funcionário, eles tem que receber.
  6. Precisa ser entregue pessoalmente ?
    R.: Em termos. O sindicato pode se recusar a receber e protocolar uma carta entregue por outra pessoa, mas não pode se recusar a receber pelo correio. Este ano mudamos de sindicato, mas ano passado o dos metalúrgicos não abriu a possibilidade de entrega de cartas de oposição. Fizemos a carta mesmo assim, enviamos pelo correio com Aviso de Recebimento (AR). Na descrição do item do AR escrevemos: "documentos / carta de oposição". Quando o AR retornou vistado pelo sindicato, tiramos uma cópia, anexamos outra via da carta e entregamos no RH. Não descontaram (nem poderiam).
  7. Precisa ser nas datas e horários estabelecidos pelo sindicato ?
    R.: Não. Pode ser a qualquer momento. Só que em geral naquelas datas o sindicato prepara uma infra estrutura para receber o pessoal entregando cartinha. Você pode chegar lá qualquer dia no horário normal de funcionamento, entregar uma carta e pedir para eles protocolarem. O problema é que a maioria dos sindicatos cobra esta contribuição em poucas parcelas, muitos de uma vez só. Assim se você demorar muito, pode perder o prazo do fechamento da folha de pagamento da sua empresa e o desconto já foi feito.
  8. O que o sindicato pode fazer em retaliação ?
    R.: Não muito, se uma quantidade grande de funcionários de uma empresa manda cartinha e rola alguma encrenca ao longo do ano e o pessoal precisar do sindicato eles podem ficar de má vontade. Outra coisa que pode acontecer é o sindicato se recusar a fazer a homologação das demissões dos funcionários daquela empresa, o que não é nenhum problema, porque fazer as homologações é função do ministério do trabalho. O sindicato faz para que o funcionário não tenha que ir até o ministério (o que em geral não é ajuda nenhuma).

TCU: Governo petralha cometeu crime de responsabilidade fiscal

Decisão pode fortalecer intenção da oposição, que analisa pedido de impeachment de Dilma; manobra, conhecida como ‘pedalada fiscal’, usou recursos de bancos públicos para inflar artificialmente resultados do governo e melhorar as contas da União
 
 
O Tribunal de Contas da União (TCU) declarou não haver mais nenhuma dúvida de que o governo Dilma Rousseff incorreu, de fato, em crime de responsabilidade fiscal, ao utilizar recursos de bancos públicos para inflar artificialmente seus resultados e melhorar as contas da União. As operações, que contrariam frontalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal, passaram a ser conhecidas como "pedaladas fiscais".
"Não tenha dúvida. Há um descumprimento de lei. Um banco público não pode emprestar dinheiro para o governo. É como se você estivesse devendo no seu cheque especial, e o governo não pode ter esse cheque especial", disse o relator do processo do TCU, José Múcio. "Faltou dinheiro e a conta foi paga por terceiros". Nos cálculos do TCU, mais de R$ 40 bilhões foram sacados pelo governo das contas do Banco do Brasil, Caixa e BNDES, para engordar a contabilidade fiscal e se aproximar da meta de superávit primário, a economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública.
Na prática, a decisão do plenário do TCU sobre as "pedaladas fiscais" pode fortalecer a intenção da oposição, que analisa um possível pedido de impeachment de Dilma por "crime de responsabilidade". Após as manifestações do dia 12, o PSDB pediu ao ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior que avaliasse a possibilidade. Ao Estado, Reale Júnior disse que o seu parecer não se refere, na prática, ao impeachment, mas sim à avaliação se houve um crime comum para a solicitação de uma eventual ação penal. "O ponto nuclear é a análise das ‘pedaladas fiscais’ detectadas no TCU", disse.
O tema impeachment foi levantado em uma reunião da bancada de deputados com o presidente nacional da sigla, senador Aécio Neves (MG). No final do encontro, Aécio pediu para que deputados que defendiam a proposta se manifestassem. Praticamente todos os presentes levantaram a mão a favor. O principal defensor da ideia na Câmara é o líder da minoria, Bruno Araújo (PE), que conta com o apoio do líder da bancada, Carlos Sampaio (SP). 

Explicações

Em decisão tomada nesta quarta-feira, 15, pelo plenário do TCU, 17 autoridades do governo Dilma Rousseff terão de explicar essas operações. O ministro José Múcio Monteiro deu 30 dias de prazo improrrogável, para que todos prestem informações sobre as irregularidades nas contas. Caso sejam condenadas, as autoridades podem ser alvos de multas e processos por crime de responsabilidade. O TCU tenta identificar quem deu a ordem para as "pedaladas". Perguntado se a presidente Dilma poderia ser chamada a dar explicações, Múcio disse que essa possibilidade "não é avaliada".
Mas o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, entrou para a lista de convocados para prestar esclarecimentos sobre a utilização de dinheiro de bancos públicos pelo governo. Além de Tombini, a corte de contas quer ouvir explicações do atual presidente da Petrobrás e ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.
Também estão listados o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega; o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin; o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa; o ministro do Trabalho, Manoel Dias; o ex-presidente da Caixa Jorge Hereda, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
As ‘pedaladas’ no Banco do Brasil envolveriam, por exemplo, recursos para subsidiar juros baixos em financiamentos de produtores rurais e incentivos a exportadores. A situação motivou representação de acionistas minoritários do banco ao TCU para que a situação fosse apurada.

Estadão Online

Dos palanques do PT para o STF

Assista o vídeo em que o advogado Luiz Edson Fachin, indicado para o STF por Dilma, faz um discurso entusiasmado de apoio à sua candidatura na campanha de 2010

Depois de indicar para o STF o ex-advogado do PT, José Antonio Dias Toffoli, a presidente Dilma Roussfeff agora aponta para a mais alta Corte do país o advogado Luiz Edson Fachin, do Paraná, que fez campanha eleitoral para ela, em 2010, como mostra um vídeo disponível no YouTube.
Ministro Luiz Edson Fachin (Foto: Reprodução YouTube) Com a nomeação de Fachin, Dilma amplia a desconfiança de partidarização do STF, num momento em que a instituição se prepara para julgar o petrolão, o escândalo de corrupção da Petrobras, em que o grande beneficiário foi o PT, de acordo com as denúncias feitas até agora na operação Lava Jato. 

Dilma ainda poderá nomear mais cinco ministros do STF em seu governo, se a chamada PEC da Bengala, que prorroga de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória na corte, aprovada em primeiro turno pela Câmara, não for confirmada. Até o final de 2018, deverão deixar o tribunal Celso de Mello (novembro de 2015), Marco Aurélio Mello (julho de 2016), Ricardo Lewandowski (maio de 2018), Teori Zavascki (agosto de 2018) e Rosa Weber (outubro de 2018). 
A possibilidade de que Dilma possa nomear mais cinco ministros ligados ou no mínimo simpáticos ao PT preocupa um número crescente de juristas no país, que temem uma espécie de "bolivarianização" do STF. Alguns já cogitam rever, por meio do Congresso, a prerrogativa presidencial de indicar os ministros do STF para evitar que isso possa acontecer.


JOSÉ FUCS

Roubalheira petralha: Empresa do bandido André Vargas faturou R$ 50 milhões com a Caixa de forma fraudulenta

Preso nesta sexta-feira na 11ª etapa da Operação Lava Jato, o ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) faturou pelo menos 50 milhões de reais em contratos com a Caixa Econômica Federal com a ajuda de seus irmãos Milton e Leon — o dinheiro é resultado de contratos firmados entre o banco e a empresa IT7 Sistemas, da qual Leon Vargas foi sócio. O Ministério Público Federal investiga se os serviços contratados pela Caixa foram, de fato, prestados. Os investigadores destacaram que o ex-deputado é apontado como responsável pela indicação de Clauir dos Santos para gerente de marketing da Caixa Econômica Federal. Os tentáculos de Vargas na Caixa e no Ministério de Saúde só começaram a ser investigados no mês passado, com o retorno dos inquéritos de ex-parlamentares do Supremo Tribunal Federal.
Além do faturamento direto na conta bancária, as empresas da família de Vargas também receberam pagamentos da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde por meio de contratos com a agência Borghi/Lowe com o banco público. Ricardo Hoffmann, representante da agência, também preso nesta sexta-feira.
O esquema do ex-deputado petista nas verbas de publicidade lembra o escândalo do mensalão, quando mais de 70 milhões de reais saíram do Banco do Brasil para a agência do operador Marcos Valério. Na operação Lava Jato, descobriu-se que Hoffmann, ex-marqueteiro do senador Roberto Requião (PMDB), utilizava a subcontratação de outras empresas, como produtoras de vídeo, para produzir peças publicitárias para a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde — mas providenciava, em pedidos atendidos pelas empresas terceirizadas, que cerca de 10% de cada contrato da Borghi/Lowe com a subcontratada fossem depositados nas empresas Limiar e LSI, de Milton e Leon Vargas.
Ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados e ex-secretário de Comunicação do PT, Vargas chegou a ser sócio de uma das empresas da família que recebeu pagamentos. Ou seja, o dinheiro saía dos cofres públicos, passava para a agência de Hoffman e, ao fim, chegava ao ex-deputado. “Essas empresas repassavam recursos para o André Vargas e recebiam notas fiscais por isso. Mas os serviços não foram prestados”, afirmou o procurador regional da república Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.
A Receita Federal questionou essas empresas sobre os pagamentos que fizeram para firmas da família Vargas. Várias informaram que Hoffmann exigia, até por escrito, que a comissão pela contratação da terceirizada, chamada no mercado de bônus por volume, fosse transferida não para a Borghi/Lowe, mas sim para as contas bancárias das empresas do ex-deputado. Diversas empresas responderam aos fiscais da Receita Federal que não houve serviço prestado pelas empresas de Vargas e que os recursos só foram depositados, a título de bônus por volume, por pedido de Hoffmann.
O Ministério Público Federal ainda rastreia os pagamentos. Tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados pelo juiz Sérgio Moro não só duas empresas da Borghi/Lowe, mas também as terceirizadas: Enoise Estudios, Luiz Portella Produções, Sagaz Digital, Zulu Filmes, BH Serviços de Comunicação e a Conspiração Filmes.
Vargas já era investigado por suspeita de tráfico de influência no Ministério da Saúde, onde atuou para que o laboratório de fachada Labogen fosse agraciado com uma parceria para faturar mais de 50 milhões de reais com a venda de medicamentos fabricados em parceria com a farmacêutica EMS e o Laboratório da Marinha. Também teve a conduta analisada na compra de um imóvel por cerca de um milhão de reais, em Londrina, no Paraná, cuja aquisição foi declarada à Receita Federal pela esposa do ex-deputado por 500 mil reais. Os fiscais constataram que Vargas não tinha como comprovar a origem dos pagamentos omitidos do Fisco.
Ele foi um dos primeiros deputados que teve descoberta a parceria com o doleiro Alberto Youssef, pivô do esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Lava Jato. Por isso, a operação desta sexta-feira foi batizada de Origem. Também foram presos nesta etapa da operação os ex-deputados Pedro Corrêa e Luiz Argôlo, outros velhos parceiros de negócios escusos do doleiro.

As milícias petistas e os atentados à liberdade de expressão

Bem treinada e bem organizada, a tropa de choque da esquerda totalitária age sem constrangimento no país, como se tivesse um salvo-conduto para subverter a ordem democrática

Eduardo Cunha (Foto: TADEU VILANI/Agência RBS/ESTADÃO CONTEÚDO)Não sou advogado do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal, nem tenho procuração para defendê-lo. Mas a ação das milícias petistas e de outros partidos de esquerda, como o PSOL, o PSTU e o PC do B contra ele deve ser alvo da indignação de todos os brasileiros que defendem a liberdade de expressão e repudiam qualquer iniciativa de violá-la.
Bem treinadas e bem organizadas, como os velhos soviets leninistas, as milícias da esquerda totalitária do país atuam como se tivessem um salvo-conduto para subverter a ordem democrática, com o objetivo de defender suas bandeiras autoritárias, seus líderes messiânicos e o governo que acreditam representá-las.

Nesta sexta-feira, pela terceira vez em menos de um mês, os aloprados da gauche tupiniquim se reuniram para impedir novamente Eduardo Cunha de discursar em público. Desta vez, quebraram as portas de vidro e invadiram as galerias da Assembleia Legislativa da Paraíba, para evitar que ele falasse aos políticos locais. Na semana passada, Cunha já havia sido hostilizado de forma semelhante em Porto Alegre (RS) e no final de março, em São Paulo.
Não é preciso ir muito longe para entender por que os radicais de esquerda elegeram Cunha como alvo preferencial. Desde que assumiu o comando da Câmara, ele vem reforçando, de forma inédita na última década, a independência do Legislativo em relação ao Executivo, provocando a ira de petistas, simpatizantes e afins. Cunha também tem despertado reações agressivas dos milicianos da esquerda ao colocar em pauta projetos que eram travados há anos no Congresso pela tropa de choque petista, apesar de serem apoiados pela ampla maioria dos parlamentares, como o projeto da terceirização de mão de obra, aprovado na quarta-feira pela Câmara.
Os métodos usados pelos radicais de esquerda para expressar seu descontentamento contra Cunha não são novos. Infelizmente, tornaram-se parte de nosso cotidiano e passaram a ser encarados como um direito democrático. O pior é que as autoridades parecem se importar pouco com isso e com o efeito que esses atos provocam no dia a dia da população. 
Sempre que alguém ousa desafiar os dogmas das milícias ou colocar em risco seus gurus elas partem para a agressão, como aconteceu durante as manifestações das centrais sindicais chapas-brancas na terça-feira, em Brasília. Quem não se lembra também do que ocorreu com a blogueira Yoani Sánchez quando ela esteve no Brasil, em 2013? Só para refrescar a memória: ela teve de cancelar uma noite de autógrafos em São Paulo, por causa de manifestações promovidas por um grupo nanico da SS da esquerda contra ela e a favor do regime ditatorial de Fidel Castro. “Sai fora blogueira imperialista”, “a América Latina vai ser toda comunista”, “mercenária” e “funcionária da CIA” foram algumas das “palavras de ordem” gritadas pelos milicianos da esquerda. Quem não se lembra também do manifesto de apoio à Coréia do Norte lançado pelo PC do B também em 2013? Pode parecer "intriga da oposição", mas -- acredite -- foi o que aconteceu.
Num momento em que o país vive uma de suas piores crises econômicas e políticas – talvez a pior – desde a redemocratização, com a presidente encurralada desde a sua posse, convém identificar sem rodeios de onde parte a violência e quais são os ideais que estão por trás das organizações paramilitares que a praticam.  É possível que, ao final, seus comandos estejam  bem mais próximos dos gabinetes do poder e de seus aliados do que seria desejável.

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Prisão após 2ª instância: quais ministros do STF mudaram de opinião – e de voto?

A decisão do ministro Marco Aurélio Mello de conceder uma liminar monocrática autorizando presos condenados em segunda instância a ped...