Lula e Raúl Castro percorrem porto cubano financiado pelo Brasil

Raúl Castro (à esq.) se encontrou na terça-feira (25) com o ex-presidente Lula em Cuba
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder cubano, Raúl Castro, percorreram nesta terça-feira o porto do Mariel, 45 km a oeste de Havana, construído e financiado pelo Brasil, informou a TV estatal cubana.
"Penso que o Porto de Mariel representa para Cuba a possibilidade de uma revolução industrial, porque é a possibilidade para atrair empresas para a produção de produtos de alta tecnologia", disse Lula à TV cubana.
Lula, que chegou nesta terça-feira à Ilha, destacou que o porto - inaugurado em 27 de janeiro por Raúl Castro e a presidente Dilma Rousseff - "é uma referência para outros países da América Latina e do Caribe".
"Estou muito orgulhoso por viver até o dia de poder presenciar a construção de um porto desta magnitude, e mais feliz porque o Brasil colaborou com este novo momento que Cuba vive".
Sobre as reformas empreendidas pelo presidente cubano para atualizar o modelo econômico centralizado de corte soviético que a ilha seguiu durante meio século, Lula disse que "Raul tem tomado decisões corajosas para modernizar e desenvolver Cuba".
"Tudo isto é muito importante e agora precisamos apenas derrubar o bloqueio dos americanos para que Cuba possa se desenvolver plenamente", destacou sobre o embargo aplicado por Washington desde 1962.
O porto de Mariel é o maior projeto de infra-estrutura da história de Cuba, e seu desenvolvimento deve exigir uma década para preencher uma área de 465 km2.
Mariel foi construído pela brasileira Odebrecht, e abrigará uma zona franca industrial e comercial (Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel).
O governo do Brasil financiou com 802 milhões de dólares a primeira etapa da construção do porto e em janeiro passado, durante sua inauguração, Dilma anunciou um novo crédito, de 290 milhões de dólares, para a ampliação das obras.
Lula concederá na tarde desta quarta-feira uma entrevista coletiva em Havana.
Da AFP, em Havana

Tribunal vê sobrepreço de R$ 8,7 milhões em licitação para obra no DF

Concorrência é para a expansão habitacional de áreas no Riacho Fundo II. Licitação é estimada em R$ 67 milhões; GDF ainda não se pronunciou.



Ricardo Moreira Do G1 DF


O Tribunal de Contas do Distrito Federal encontrou sobrepreço de R$ 8,7 milhões na licitação para obras de infraestrutura na expansão do Riacho Fundo II e por causa da irregularidade determinou que o GDF suspenda o serviço.
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) negou, por e-mail, que tenha havido sobrepreço. “A cotação dos materiais e serviços para a execução da urbanização do Riacho Fundo II foi feita com base na planilha orçamentária da Novacap – adotada pelo governo do Distrito Federal. Porém, um novo entendimento do Tribunal de Contas do DF passou a considerar, para efeito do cálculo, a tabela Sicro – utilizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para urbanização de rodovias no Brasil -, e a tabela Sinapi – utilizada pela Caixa Econômica Federal para orçar as obras de urbanização”, diz a Codahab.
A empresa informou ainda que foi notificada nesta segunda-feira sobre a decisão do TCDF e que vai encaminhar uma resposta ao Tribunal ainda nesta semana. Também informou ter agendado para quinta reunião entre os engenheiros que fazem orçamentos da companhia e a equipe técnica do Tribunal.
Segundo o tribunal, a suspensão da obra trata-se de uma medida cautelar referente aos conjuntos residenciais da 5ª etapa de expansão do Riacho Fundo II. A concorrência, estimada em R$ 67 milhões, inclui serviços de terraplanagem, drenagem, pavimentação, abastecimento de água, esgotamento sanitário e rede de distribuição de energia elétrica.
As irregularidades no preços foram identificadas pelo TCDF após uma auditoria feita pelo núcleo de fiscalização de obras do órgão. A data de abertura das propostas para a licitação estava prevista esta segunda-feira (17).


Governo Agnelo pressionou por retirada de outdoors com críticas de policiais

Em gravação, funcionária de empresa de outdoors admite que cancelou publicidade por pressão do Executivo; PMs querem aumento salarial

A queda de braço entre policiais militares e o governo do Distrito Federal tem provocado o crescimento constante da violência na capital do país. E, se os PMs agiram de forma irresponsável ao iniciar a chamada Operação Tartaruga para cobrar maiores salários, o governo Agnelo Queiroz (PT) também ultrapassou os limites na tentativa de desarticular o movimento da categoria.
Um áudio obtido pelo site de VEJA confirma uma suspeita: o governo pressionou pela retirada de outdoors pagos pelos militares para criticar o Executivo e defender a Operação Tartaruga. Há cerca de dez dias, integrantes da corporação resolveram bancar os anúncios em diversos pontos do Distrito Federal. Mas, em poucas horas, a maior parte das peças foi retirada.
A gravação que esclarece o episódio mostra o diálogo entre um policial militar e uma funcionária da Visuplac, empresa que sofreu pressões do Executivo.
O PM, já ciente do cancelamento, quer saber como pode receber o dinheiro de volta. A funcionária, identificada como Joelma Maria Sousa, se compromete a devolver o dinheiro pago pelo aluguel do espaço. E explica: se publicasse o anúncio dos policiais grevistas, a companhia poderia ter a licença de funcionamento revogada.
"Como o governador está fazendo esse tipo de ameaça, de retirar a licença, a gente fica com medo de perder a licença", diz ela, que se compromete a devolver o dinheiro pago pelo anúncio não publicado.
No diálogo, ela ainda explica ao interlocutor que existem outros pontos em que a peça de propaganda poderia ser publicada - mas somente aqueles que funcionam sem autorização do governo e que, portanto, não estavam sujeitos à revogação da autorização. "Quem não tem a licença, vai perder o quê? Entendeu? No local, a gente não pode correr esse risco", diz a funcionária na gravação.
Os policiais militares, que foram obrigados pela Justiça a interromper a Operação Tartaruga iniciada no fim do ano passado, continuam exigindo do governo vencimentos semelhantes aos da Polícia Civil, onde o salário inicial para um agente é de 7 890 reais. O salário inicial dos soldados da PM se aproxima dos 4.700 reais. A categoria também exige o cumprimento de promessas de campanha de Agnelo, como a reestruturação do plano de carreira.
Procurada pela reportagem de VEJA, Joelma Maria Sousa inicialmente negou que tivesse participado do diálogo. Confrontada com a gravação, preferiu o silêncio. O governo do Distrito Federal não comentou.
Fonte: Veja

Brasil terá estádios mais caros do mundo, diz estudo

Com o prazo da Fifa se esgotando para a entrega dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, um recorde já está garantido para o Brasil: o País ergueu os estádios mais caros do mundo. Um estudo da consultoria KPMG levantou o custo de cada assento nos estádios construídos pelo mundo. Uma comparação com os valores oficiais dos estádios brasileiros revela que um dos legados do Mundial será a coleção dos estádios mais caros do planeta.
Dos 20 mais caros, dez deles estão no Brasil. Já pelos cálculos de institutos europeus, a Copa de 2014 consumiu mais que tudo o que a Alemanha gastou em estádios para a Copa de 2006 e a África do Sul, em 2010.
Seja qual for o ranking utilizado e a comparação feita, a constatação é de que nunca se gastou tanto em estádios como no Brasil nesses últimos anos. A KPMG, por exemplo, prefere avaliar os custos dos estádios levando em conta o número de assentos, e não o valor total. Isso porque, segundo os especialistas, não faria sentido comparar uma arena de 35 mil lugares com outra de 70 mil.
Com essa metodologia, os dados da KPMG revelam que o estádio mais caro do mundo é o renovado Wembley, na Inglaterra, onde cada um dos assentos saiu por 10,1 mil euros (R$ 32,4 mil). O segundo estádio mais caro também fica em Londres. Trata-se do Emirates Stadium, do Arsenal, onde cada lugar custou 7,2 mil euros (R$ 23,3 mil). Mas a terceira posição é do Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Com custo avaliado em R$ 1,43 bilhão, o estádio tem um gasto por assento de R$ 20,7 mil, ou 6,2 mil euros. Na classificação, o Maracanã aparece na sétima posição, mais caro que a Allianz Arena de Munique. Manaus vem na 10ª colocação, com praticamente o mesmo preço por assento do estádio do Basel, situado em um dos países com os maiores custos de mão de obra do mundo, a Suíça.
O estádio do Corinthians, em Itaquera, seria o 12º mais caro do mundo, seguido pelas Arenas Pantanal, Pernambuco, Fonte Nova e Mineirão. Todos esses seriam mais caros do que estádios como o da Juventus, em Turim, considerada a arena mais moderna da Itália e usada como exemplo de gestão. O Castelão e o estádio de Natal também estão entre os 20 mais caros do mundo. Se o ranking fosse realizado considerando os custos totais dos estádios, o Mané Garrincha seria o segundo mais caro do mundo, com o Maracanã aparecendo na quarta posição.
Para o prestigiado Instituto Braudel, na Europa, os custos dos estádios no Brasil também surpreenderam. Em colaboração com a ONG dinamarquesa Play the Game, a entidade publicou nesta semana levantamento que revela que, em média, cada assento nos doze estádios brasileiros custaria US$ 5,8 mil (R$ 13,5 mil). O valor é superior ao das três últimas Copas. Na África do Sul, em 2010, a média foi de US$ 5,2 mil (R$ 12,1 mil). Na Alemanha, em 2006, US$ 3,4 mil (R$ 7,9 mil). Já no Japão, em 2002, chegou a US$ 5 mil (R$ 11,6 mil).
Em termos absolutos, o gasto total com os estádios bate todos os recordes. Se todo o gasto de sul-africanos em 2010 e alemães em 2006 for adicionado, não se chega ao total que foi pago no Brasil para 2014, mais de R$ 8 bilhões. Em apenas nove meses, o valor aumentou em quase R$ 1 bilhão, segundo dados oficiais do Comitê Organizador Local (COL), em sua quinta edição do balanço geral do andamento das obras da Matriz de Responsabilidade.
SEM EXPLICAÇÃO - Jens Alm, analista do Instituto Dinamarquês para o Estudo dos Esportes e autor do levantamento dos dados sobre estádios da Copa, insiste que a inflação e os custos dos estádios no Brasil não têm explicação. "Quando um país quer receber uma Copa, é normal que queira mostrar estádios bonitos. Mas nada explica os preços tão elevados no Brasil e porque são tão mais elevados do que na Alemanha e na África do Sul", disse.
Henrick Brandt, diretor do Departamento de Esportes da Universidade de Aarhus, também aponta para os custos elevados das obras no Brasil. "Os dados são surpreendentes", indicou. "Um dos debates agora é o que será feito para tornar esses locais rentáveis, principalmente os estádios públicos", alertou.
Jamil Chade | Agência Estado

Gastança desenfreada revela falta de critério no uso do dinheiro público


Parte visível das despesas indica farra com transferências de pessoal, auxílio-moradia e acomodação de apadrinhados políticos em cargos estratégicos

Ao trocar as belezas naturais do Rio de Janeiro pelo cenário moderno de Brasília, um recém-comissionado do governo não imaginava que receberia tanto dinheiro. Na transferência para a capital federal, além da mudança bancada pelos cofres públicos, recebeu ajuda de custo equivalente a três meses do novo salário, uma para ele, outras duas para a mulher e o filho menor de idade. Embolsou, livres de impostos, R$ 54 mil. Dois meses depois, com a demissão do chefe que o convidou para o cargo, acabou dispensado. Sem alternativa e decepcionado, retornou para o Rio. Mas, para surpresa dele, não só teve os bilhetes aéreos e o transporte pagos novamente pelo governo, como ainda recebeu mais R$ 54 mil de ajuda de custo. Nesse curto período, engordou a conta bancária em R$ 108 mil por conta do Tesouro Nacional.

O dinheiro extra levou o ex-comissionado a se perguntar: “Realmente tenho direito a esses benefícios, ainda que a lei os preveja? A decisão de mudar de cidade foi minha. No máximo, as passagens aéreas e o gasto com o transporte dos móveis de casa são justificáveis. Mas receber
R$ 108 mil em dois meses passou da conta”, ressalta ele, que não quer se identificar, temendo represálias. “No pouco tempo que permaneci em Brasília, ficou a impressão de que as pessoas do governo acreditam que o dinheiro do contribuinte é capim, nasce em qualquer lugar”, afirma.

A gastança com as benesses do alto escalão da Corte brasiliense espanta gestores públicos de países mais civilizados. Carros, voos executivos, almoços e jantares nos melhores restaurantes, internet e telefones ilimitados podem ser obtidos facilmente quando se entra nesse mundo. A depender do degrau alcançado na escada do poder, quase tudo é possível. Parte das mordomias atende também o funcionalismo dos segundo e terceiro escalões. N o ano passado, Executivo, Judiciário e Legislativo consumiram em toda sorte de benesses R$ 10,7 bilhões. Essa, porém, é a parte visível da farra com o dinheiro do contribuinte.

Fonte: Correio Braziliense

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