Listado como candidato a deputado federal pelo PSDB de Brasília, o
advogado Matheus Sathler tem recebido uma saraivada de críticas nas
redes sociais. Internautas têm apontado o discurso preconceituoso,
homofóbico e machista dele. Num vídeo publicado pelo próprio Santhler no
Youtube, no último dia 7 de julho, ele aparece defendendo a criação do
“kit macho” e do “kit fêmea”, para defender crianças da 'influência
homossexual'.
Gravando em frente ao 2º Cartório de
Registro Civil do Distrito Federal, Sathler anuncia que está registrando
um compromisso público de doar 50% do seu salário de deputado, caso
seja eleito, “ao combate e também à recuperação de crianças vítimas do
estupro homossexual”.
“Eu me comprometo em criar o kit macho e também o kit fêmea, um nome
carinhoso para poder rivalizar com o kit gay que está sendo distribuído
nas escolas brasileiras, ensinando o homossexualismo ao seu filho a
partir dos 4 anos de idade, agora com a antecipação da idade escolar de
4, 5 anos de idade. Seu filho já vai ser educado [entendendo] que dois
homens ou duas mulheres não são família”, prossegue Sathler, que não se
acanha em comparar a homossexualidade a uma doença. “Prevenir o
homossexualismo é melhor do que remediar”, arremata o candidato tucano
em seu vídeo.
Em seu discurso, Santhler vai contra as instituições como ONU (Organização das Nações Unidas) e
OMS (Organização Mundial da Saúde), que condenam a definição da
homossexualidade como doença, inclusive rechaçando o termo
‘homossexualismo’.
Visto por quase 10 mil pessoas até a noite da
última quarta-feira(23), o vídeo recebeu críticas na própria página onde
está hospedado no Youtube. “Ninguém escolheria ser homo* em uma
sociedade tão escrota, com pessoas como você, Matheus Sathler, que
pregam ódio e intolerância, contra minorias e mulheres”, comentou um
internauta no site de vídeos.
Mas os homossexuais não são o único
alvo do candidato. Ele também ataca outros setores da população. Num
vídeo intitulado como “Feminismo: Advogado desmascara Dilma Rousseff”,
ele critica o discurso feito pela presidente no Dia Internacional da
Mulher, em 8 de março de 2014.
Quando tive acesso a esse discurso da Dilma Rousseff, eu
fiquei impressionado como ninguém se levantou para atacar esse discurso
patético, feminista, absurdo e ridículo, e eu me senti profundamente
motivado a rebater e a destruir esses argumentos. Eu quero começar com
vocês, primeiramente, contra essa palhaçada da Dilma Rousseff querer ser
chamada de presidenta. Na verdade é errado, na verdade ela não está
querendo ser chamada de presidenta, mas de presidanta, uma justaposição
de presidente com um animal irracional”, declarou o candidato no vídeo.
Na mesma gravação, ele diz ter orgulho de ser chamado de machista.
Em
seus perfis no Twitter e Facebook, o tucano aparece em fotos ao lado do
deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), notório inimigo da comunidade
gay.
Por iG São Paulo I Redação