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Nota de repúdio

15/06/2013

A Primeira batalha no coliseu Candango

Em um triste episódio de repressão policial, ocorrido em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, cerca de 2.500 manifestantes foram duramente reprimidos pela Polícia Militar do Distrito Federal, que estava a serviço do então governador Agnelo Queiroz. Sob o pretexto de garantir o direito de ir e vir, a ação policial se mostrou excessiva e violenta, deixando-nos perplexos e questionando os motivos que levaram a tal atitude.

A manifestação em questão tinha como propósito reivindicar direitos e expressar insatisfações legítimas. É importante lembrar que, de acordo com o artigo 5º da Constituição Brasileira, todos têm o direito de se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião previamente convocada. Portanto, não havia justificativa aparente para a reação agressiva e desproporcional por parte da Polícia Militar.

O uso de bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, bombas de efeito moral, balas de borracha, além do emprego de cães e até viaturas passando por cima de cidadãos, é algo alarmante e inaceitável. Tais medidas não apenas ferem os direitos constitucionais dos manifestantes, mas também representam uma clara violação dos princípios básicos de segurança e respeito aos cidadãos.

É imprescindível que o governo preste esclarecimentos à população sobre os acontecimentos ocorridos nessa manifestação e, principalmente, que identifique e puna os verdadeiros responsáveis por esse episódio de violência. Os reais bandidos e covardes devem ser responsabilizados por suas ações, garantindo assim a justiça e a restauração da confiança da população nas instituições.

É importante ressaltar que os jovens que protestavam não estavam se manifestando apenas em relação à construção de um estádio de 1,5 bilhão de reais. Eles expressavam sua indignação em relação à falta de investimentos em áreas essenciais como educação, segurança e saúde. A mensagem por trás dos protestos era clara: priorizar as necessidades básicas da população em detrimento de grandes projetos.

Infelizmente, a repressão violenta vivenciada nesse episódio não é um caso isolado. Ao longo da história, manifestações legítimas têm sido reprimidas em diversos lugares do mundo, evidenciando a necessidade de uma reflexão profunda sobre os limites do poder estatal e a importância do respeito aos direitos humanos.

Diante desse triste episódio, resta-nos aguardar a próxima batalha no coliseu candango. Esperamos que a lição tenha sido aprendida e que medidas sejam tomadas para evitar que novos episódios de repressão ocorram no futuro. A luta por direitos e por uma sociedade mais justa e igualitária continua, e é nossa responsabilidade cobrar mudanças e garantir que nossas vozes sejam ouvidas de forma pacífica e efetiva. É necessário promover um diálogo aberto e construtivo entre governantes, instituições e a sociedade civil, a fim de encontrar soluções para os problemas enfrentados pela população.

Além disso, é fundamental que haja transparência e prestação de contas por parte das autoridades responsáveis. A população merece saber as razões que levaram à repressão violenta nessa manifestação e quais medidas estão sendo tomadas para evitar que tais abusos aconteçam novamente.

Enquanto aguardamos a próxima batalha no coliseu candango, é importante que continuemos engajados na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. Devemos utilizar todos os meios legítimos e pacíficos para expressar nossas opiniões, reivindicar nossos direitos e buscar mudanças efetivas.

A repressão policial ocorrida nessa manifestação deve servir como um alerta para a importância da garantia dos direitos fundamentais e da proteção dos cidadãos. A liberdade de expressão e o direito de manifestação são pilares essenciais de uma democracia saudável, e é responsabilidade de todos nós defendê-los.

Portanto, é necessário que a sociedade civil, organizações não governamentais, a imprensa e os órgãos de fiscalização estejam atentos e se posicionem contra qualquer forma de violência e violação de direitos. Somente assim poderemos construir um futuro onde os direitos dos cidadãos sejam respeitados e a voz de cada um seja ouvida e valorizada.

Que essa primeira batalha no coliseu candango seja um marco para a conscientização e a busca por mudanças em relação às práticas de repressão policial. Que possamos transformar essas experiências dolorosas em oportunidades de aprendizado e fortalecimento da luta por uma sociedade mais justa, pacífica e respeitosa.


Edson Carlos
Conselheiro de Juventude-DF

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Artigo de Horácio Lessa

Parecia boa, na realidade; excepcional, a iniciativa dada à juventude brasiliense de poder participar efetivamente das discussões do Governo do Distrito Federal e eleger, pela primeira vez, representantes no Conselho de Juventude do Distrito Federal (Conjuve-DF), no último dia 27 de abril de 2013. Teoricamente, a Lei nº 5.020, de 22 de janeiro de 2013, que institui o Conjuve-DF é perfeita demonstração da democracia, pois aproxima os jovens das discussões e decisões sobre políticas públicas do GDF que movem, mudam e transformam a Capital Federal. Contudo, a flexão verbal escolhida não poderia ter sido melhor. Isto, porque parecia e o que parece ser, nem sempre o é.
Na prática, assistimos a verdadeiro festival de desordem e confusão. Não devemos, todavia, nos reportar apenas ao último sábado, data da 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF, mas a toda a sua organização. O dinheiro gasto em propaganda, isso todo a Distrito Federal percebeu, serviu apenas para enaltecer a própria imagem do GDF dando ideia de atitude nobre em favor da juventude. Os problemas foram aparecendo, na medida em que se aproximava a eleição.
Pouco foi divulgado, à população, a respeito da transferência do local de votação da Câmara Legislativa para o Museu da República. Isto, numa administração que nunca teve muito pudor em despender dinheiro em propaganda. Só se explica, talvez, pela real falta de interesse do Governo do Distrito Federal na participação da juventude. Aliás, a própria alegação da Secretaria de Governo é completamente descabida, pois não há nexo algum em transferir a eleição, sob o argumento de possuir grande número de participantes, para um espaço aberto, onde se torna impossível manter qualquer organização.
Assim sendo, como era de se esperar, a desorganização foi a grande tônica da 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF. Pessoas foram expostas a horas em fila sob o sol, durante todo o dia, para poderem se inscrever como eleitores, lidando não só com o calor escaldante, mas com a fome, visto que não foi possível distribuir alimentação para todos os presentes. Ao expirar o tempo previsto para a inscrição do eleitorado, foi entregue pedaços de papel, no pretexto, com todo respeito, ingênuo, de servir como senha, para se garantir aos remanescentes na fila o direito de se inscreverem. A falta de organização ocasionou a impossibilidade de algumas pessoas de se cadastrarem e até a ocorrência de fraude, objeto de declaração expressa da organização do evento que admitiu que algumas pessoas fizeram cópias das senhas de papel, dando as falsificações para quem não tinha mais direito à inscrição.
Além disto, houve descumprimentos de horários e toda a burocracia do evento estava inibindo a participação popular. A abertura da votação foi realizada mais de uma hora depois do prazo previsto, depois de fortes descontentamentos, xingamentos e gritos de protesto dos presentes e encerrada antes do tempo marcado. A falta de planejamento em relação ao procedimento de votação gerou uma aglomeração desordenada na entrada do Museu da República e soou até risível os pedidos da organização de garantir a entrada dos mais idosos e pessoas com assistência especial, visto que era impraticável a qualquer um atravessar tamanha multidão. Não havia fila pré-estabelecida para ninguém, muito menos alguma preferencial. A Polícia Militar foi chamada como forma de coagir a manifestação popular. Caixas de som, pertencentes à militância do Partido dos Trabalhadores, foram ligadas em volume ensurdecedor com o objetivo único de abafar os protestos e insatisfações. Ironicamente, tocavam músicas exaltando a liberdade de expressão e livre escolha de ideologia.
O descaso com a eleição dos representantes da juventude do Distrito Federal fez do último sábado um evento vergonhoso. A total impossibilidade em se iniciar o processo de votação fez com que muitos dos presentes se sentissem desestimulados a participar. Inúmeras pessoas desistiram de contribuir com seu voto, seja por terem outros afazeres ou por terem desacreditado na seriedade daquele evento, o que diminuiu sensivelmente o quorum dos votantes. No final, muitos perderam o dia inteiro sem conseguir exercer a plena cidadania.
Com todos estes erros, falta de compromisso e descaso, a legitimidade da 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF está em xeque. Houve falta de critérios claros da votação, declaração direta da organização de ocorrência de fraude, questionamentos a respeito de quem foi o responsável pela distribuição de alimentos e confecção das camisetas do evento, bem como, desrespeito aos idosos e pessoas com deficiência.
Nós, da Juventude do Partido da Social Democracia Brasileira (JPSDB/DF), não concordamos e nem admitimos esse tipo de desrespeito para com a população. Pedimos que o Ministério Público apure as irregularidades ocorridas na 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF no último sábado dia 27 de abril de 2013 e garanta à população do Distrito Federal o respeito de que todos merecem.


*Presidente da Juventude do PSDB-DF

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20/04/2013


Educação o caminho do progresso

A Educação é amplamente reconhecida como a porta para o desenvolvimento de um país, no entanto, infelizmente, essa realidade ainda está distante do Brasil. Mesmo em pleno século XXI, a desigualdade educacional é um problema gritante em nosso país. Um exemplo alarmante é a região nordeste, que concentra mais da metade dos analfabetos, de acordo com dados de 2012 do IBGE. Dos mais de 12,9 milhões de analfabetos, 6,8 milhões estão no nordeste. A situação piora quando consideramos o índice de analfabetismo funcional, que atinge 20,4% da população, ou seja, 30,5 milhões de brasileiros que sabem ler e escrever, mas não compreendem o que leem.

No Distrito Federal, a situação não é diferente. Uma região que um dia foi considerada referência em qualidade educacional, agora amarga índices baixos, revelando um verdadeiro descaso com a educação. O Governo do Distrito Federal cria projetos sem proporcionar a devida qualificação dos profissionais. Um exemplo disso é a falta de clareza em relação aos ciclos e à semestralidade, medidas que são adotadas sem que os próprios professores compreendam completamente seu funcionamento. É evidente a falta de interesse e o descaso em resolver os problemas educacionais. Não basta apenas adotar medidas paliativas que mascaram a falta de qualidade.

Melhorar a qualidade da educação vai além de oferecer vagas na rede pública. É necessário investir na formação dos professores, pois está comprovado que a qualidade do ensino está diretamente relacionada à competência dos docentes. Estudos demonstram que as crianças continuam saindo das escolas com um desempenho abaixo do esperado, o que evidencia a insuficiência do ensino oferecido. Precisamos de políticas públicas que abordem a formação dos professores em todos os seus aspectos, não apenas com a garantia de salários melhores, mas com uma valorização integral da profissão. É preciso investir na educação em todos os níveis, desde a educação infantil até o ensino médio. Atualmente, muitos jovens são inseridos no mercado de trabalho sem qualquer qualificação profissional, já que a educação profissional não recebe a devida atenção. O resultado é o subemprego ou, na melhor das hipóteses, a busca por uma graduação em instituições de ensino de qualidade duvidosa. Como se costuma dizer, "os ricos pagam escolas particulares para estudar em universidades federais, enquanto os pobres estudam em escolas públicas para ingressar em faculdades particulares".

Diante disso, surge a pergunta inevitável: se a educação é o caminho para o progresso, por que ainda enfrentamos índices tão baixos de qualidade educacional? Será que isso ocorre porque é mais fácil manipular um povo sem acesso à educação, que aceita políticas de assistencialismo sem questionar? Será que o governo prefere fornecer o peixe em vez de ensinar a pescar, pois assim manteria a população refém do assistencialismo, sem capacidade de questionar e buscar sua independência?

Essas são questões pertinentes e merecem reflexão. É possível que a falta de investimento e a negligência em relação à educação sejam estratégias para manter o controle sobre a população. Um povo sem acesso à educação de qualidade fica mais suscetível à manipulação e menos capaz de exigir seus direitos e questionar as políticas implementadas.

No entanto, é importante destacar que a educação não é apenas uma ferramenta para a emancipação individual, mas também um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade como um todo. Países que investem de maneira significativa na educação colhem os frutos desse investimento em termos de crescimento econômico, desenvolvimento social e redução das desigualdades.

Diante desse panorama, é imprescindível que sejam adotadas políticas públicas efetivas, com um comprometimento real em melhorar a qualidade da educação em todas as suas etapas. Isso inclui não apenas a valorização dos profissionais da educação, mas também o acesso a recursos adequados, a melhoria das condições das escolas e a implementação de um currículo relevante e atualizado.

Além disso, é necessário estimular a participação ativa da sociedade civil, das famílias e dos próprios estudantes no processo educacional. O diálogo entre todos os envolvidos na educação é fundamental para identificar os desafios, encontrar soluções e acompanhar os resultados.

Somente por meio de um investimento consistente e duradouro na educação, com políticas públicas bem estruturadas e o engajamento de toda a sociedade, poderemos reverter a atual realidade e construir um futuro em que a educação seja realmente um caminho para o desenvolvimento do país.

Portanto, é hora de despertar a consciência coletiva e exigir mudanças. A educação de qualidade é um direito de todos os cidadãos brasileiros e uma condição indispensável para o progresso do país. Não podemos aceitar a perpetuação de um sistema educacional deficiente, pois isso compromete não apenas o presente, mas também o futuro das gerações que virão. É necessário unir esforços e exigir que a educação seja tratada como uma prioridade nacional, com investimentos adequados e um compromisso real com a transformação da realidade educacional do Brasil. Somente assim poderemos romper com o ciclo de desigualdade e abrir as portas para um futuro promissor e inclusivo.




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