Enquanto essa imprensa golpista fica tramando o impeachment de Dilma
Rousseff, Lula da Silva resolveu explicar o que aconteceu, para acabar
com a conspiração: as pedaladas fiscais foram necessárias para que o
governo pudesse honrar o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Ou
seja: todo esse barulho em torno do TCU, toda essa grita por causa do
rombo no Orçamento, toda essa crise político-administrativa não passam
de espuma. O único fato real é que o governo popular, mais uma vez,
arranjou uma maneira de ajudar os pobres. Aliás, já são quase 13 anos
ajudando os pobres (a ficar mais pobres), por maneiras que até Deus
duvida.
No dia em que os pobres entenderem quanto seu sofrimento foi usado por
Lula para ficar no poder, o ex-presidente precisará se mudar para um
triplex no Irã. O PT prostituiu o uso do dinheiro público no Brasil,
arrombando as metas fiscais e de inflação, tudo embalado numa meticulosa
maquiagem contábil, para poder financiar seu banquete fisiológico – do
qual o mensalão e o petrolão são os pratos mais visíveis. Lula e os
companheiros jogaram o Brasil numa recessão genuinamente nacional,
genuinamente petista, empobrecendo democraticamente o país inteiro. Se a
moda pega, assaltante apanhado com bolsa roubada vai dizer que é bolsa
família.
O delator Fernando Baiano, operador do esquema do petrolão preso na
Lava Jato, afirmou à Justiça que deu R$ 2 milhões a Fabio Luis da Silva,
o Lulinha. As investigações esclarecerão os detalhes do maior caso de
corrupção da República, mas já está evidente que seu dinheiro, caro
leitor, foi usado sem parcimônia para irrigar o partido governante e os
heróis do povo que o integram. Eles sabem disso e estão dobrando a
aposta: Dilma acusou os “moralistas sem moral” de tramar sua queda. É
preciso sangue-frio para falar em moral no centro de tamanha rapinagem.
Ou melhor, sangue de barata – e isso não lhes falta. Depois de depenar
um país com a ajuda de cúmplices que estão presos, causando à sua nação a
perda do selo de confiança perante o mundo, você só consegue olhar nos
olhos de um filho se tiver sangue de barata. E moral de barata.
Dilma Rousseff tem de sofrer o impeachment porque é a representante
legal de um projeto de assalto ao Estado. Está mais do que evidente que o
PT, partido que desmoralizou a bondade, instalou-se no poder para viver
dele – rasgando o contrato da democracia e do princípio da
representação política. Nada mais fará no Palácio diferente do que já
fez, não há como. O que mais é preciso ser demonstrado? A maior empresa
do país jogada na lona para, entre outras causas nobres, garantir a
reeleição da presidente – como apontam todas as evidências da Lava Jato.
O que mais precisa aparecer? Como disse Fernando Gabeira, o Brasil
parece ter desacreditado até a imagem popular do batom na cueca: a
mancha sempre pode ter vindo da lavanderia. E eles têm diversos
especialistas em lavagem para assumir a culpa. São os laranjas de batom.
Na cueca, só dólar.
Joaquim Barbosa deu seu pitaco. Disse que o impeachment “é um mecanismo
brutal que não pode ser usado de qualquer maneira”. Prezado Barbosa: o
impeachment não é um mecanismo brutal, é um mecanismo legal. E ninguém
com juízo quer fazer nada de qualquer maneira, como juízes que atiram
adjetivos ao vento. A única vergonha nacional até o momento é a barreira
venezuelana no STF, seu velho conhecido, impedindo a investigação de
uma presidente que em qualquer país 100% democrático já estaria sendo
investigada.
E a barreira chavista conta com a operativa patrulha dos inocentes
úteis (nem sempre inocentes, mas sempre úteis), que alugam suas santas
reputações à mulher sapiens para renovar seus crachás de bondade
progressista. Esse estranho oba-oba petista é cada vez mais
envergonhado, naturalmente, e achou uma saída genial: eleger Eduardo
Cunha o inimigo público número um. Cunha é hoje praticamente o único
vilão nacional, porque quem rouba com estrelinha no peito é herói.
O pequeno detalhe dessa história é que Eduardo Cunha, presidente da
Câmara dos Deputados, tem a chave do impeachment nas mãos. E o PT
desperta seus instintos mais primitivos. Enquanto o gigante dorme,
alguém tem de trabalhar.
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