A crise de autoridade na família

Como estabelecer limites aos filhos e ao mesmo tempo evitar conflito com eles?


A crise de autoridade na famliaUma mãe do estado da Flórida encenou a prisão do próprio filho, por causa do seu mau comportamento. Ele teria insistido em brincar com fósforos e isqueiros mesmo tendo sido chamado atenção. A mãe, naturalmente sem autoridade sobre o filho, recorreu à ajuda de um policial amigo que encenou a prisão do menino. Segundo a mãe a sua intenção foi, com a falsa prisão, assustar o menino, fazendo-o pensar que estava indo para cadeia por causa de sua má conduta. O episódio ocorreu num lugar público, próximo a uma loja de conveniências e foi criticado por quem presenciou, e também por psicólogos e psiquiatras infantis.

Em minha opinião a conduta da mãe, apesar de suas boas intenções, foi abusiva. E mesmo que eventualmente o resultado tenha sido positivo, não é recomendável. E depois, o episódio serviu apenas para mostrar o fracasso de uma mãe que não sabia impor limites ao próprio filho, mesmo ele tendo apenas cinco anos.

Especialistas apontam que os pais estão enfrentando uma crise de autoridade e um grande dilema na atualidade: como estabelecer limites aos filhos e ao mesmo tempo evitar conflito com eles? Eu iria um pouco mais longe nesse dilema: Como educar os filhos e exercer a autoridade sobre eles sem se tornar um fora da lei ou ser acusado de maus tratos? Qualquer que seja a resposta para isso, ela precisa realçar a necessidade do pai exercer sem medo o seu papel educacional e disciplinar, agir com firmeza quando necessário, e não permitir que aconteça dentro de sua casa o que alguns especialistas chamam de “ditadura da criança”.

Os pais que tiverem condutas abusivas em relação aos filhos certamente terão problemas com as autoridades. Todavia, o problema maior na crise de autoridade vivenciada pelos pais da atualidade, não ocorrem somente por causa da conduta abusiva de alguns pais, mas a falta de atitude da maioria dos pais modernos que ficam totalmente passivos diante da indisciplina dos filhos ou, muitas vezes, preferem transferir sua responsabilidade de educar os filhos para as avós, babás ou professores.

Os pais precisam chamar para si a responsabilidade sobre seus filhos, ter coragem de dialogar, mas também ditar as regras sem medo de ser taxado de autoritário. Lembrem-se, as crianças precisam de alguém que exerça autoridade sobre elas, sendo isso indispensável à sua boa formação.

O site “Minha Vida” na seção família, publicou um artigo com algumas dicas úteis na educação dos filhos. Vou transcrevê-las com algumas adaptações:


1-Não desautorizar o pai (ou a mãe) na frente da criança. É normal que o casal não concorde em tudo sempre, mas devem conversar longe das crianças para definir, em comum acordo, as regras da casa;


2- Dar bons exemplos. A melhor maneira de ensinar é sendo uma boa referência para os filhos. O exemplo é mais forte do que as palavras;


3- Deixar claro que os pais é quem estão no comando. Não é saudável ceder às birras dos filhos, pois se isso acontece elas ficam com a impressão de que estão no comando, e que será fácil conseguir o que querem na hora que quiserem. Mostre através do diálogo que a birra não vai adiantar.


4- Explicar com clareza as regras da casa. As regras são mais fáceis de serem seguidas se forem compreendidas. Simplesmente dizer "não pode" ou "você não vai", pode deixar a criança brava por não entender o motivo. Se for algo complexo demais, use a criatividade, mas procure ser bastante claro e transparente no relacionamento com as crianças;


5- Falar sempre a verdade. As crianças ficam muito atentas ao comportamento e atitude dos pais, e se perceberem que eles sempre recorrem a uma mentira pode assimilar que essa seja uma boa saída para se conseguir certos resultados ou resolver algumas dificuldades da vida;


6- Mostrar a importância dos bons comportamentos. Mas faça isso sem condiciona-lo a recompensas ou punições. A criança precisa aprender as boas maneiras simplesmente porque é certo fazê-las, e não apenas quando vai receber uma vantagem ou diante da ameaça de um castigo. Entretanto, se prometer algo cumpra, seja um presente ou um castigo. E caso prometa algo que não seja razoável, explique que você se excedeu, peça desculpas, mas diga que ainda assim espera que ela continue tendo boas maneiras;


7- Não comentar os defeitos do companheiro na frente dos filhos. Alguns têm a necessidade de denegrir a imagem do parceiro para obter a cumplicidade da criança. Isso não é saudável para os filhos. Em vez de se sentir protegido, eles podem ficar inseguros por não terem um exemplo de afetividade. Podem também sofrer com a ausência de harmonia e união da família.


A educação familiar é a melhor saída para que as crianças não sejam adotadas por traficantes ou precisando receber “educação” nas instituições próprias para o menor infrator.

Antonio Luiz Rocha Pirola
Estudante de Direito e Pastor Batista

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