Há
coisas que deveriam envergonhar a APP Sindicato, que é a entidade que
representa os professores da rede pública do Paraná. Deveriam
envergonhar ainda mais a esmagadora maioria da imprensa — a de alcance
nacional também, mas especialmente a regional, a paranaense. Por que
escrevo isso? O governador Beto Richa (PSDB) está sendo estupidamente
atacado pelas esquerdas do Estado. E isso já era o esperado. Mas virou
alvo de jornalistas do país inteiro, que sonegam dos leitores, dos
telespectadores, dos ouvintes e dos internautas, de forma sistemática, a
realidade salarial dos professores do Estado. A greve que está em curso
é abusiva legal e moralmente. É injustificável sob qualquer critério
que se queira. Sabem quem reconhecia isso até outro dia? O próprio
sindicato.
O que temos aí? Em setembro do ano passado,
Marlei Fernandes, então presidente do sindicato, faz campanha eleitoral
em favor da Chapa 1, que era a da continuidade. Ela defende a eleição de
seu aliado Hermes Leão, o que acabou acontecendo. Ambos foram
protagonistas da invasão da Assembleia Legislativa em fevereiro e do
ataque ao cordão de isolamento que protegia o prédio, feito pela Polícia
Militar no dia 29. Marlei foi candidata a deputada federal pelo PT, mas
não se elegeu. informei
aqui as condições de trabalho dos professores do Paraná, superiores às
da maioria dos profissionais de outros Estados. Alguns tontos quiserem
contestar, sem dados. Pois é… Quem confirma tudo é justamente a
professora Marlei, a petista. O que ela diz no vídeo? Vai a fala
transcrita, para o caso de ser eliminada do YouTube.
“Em
2002, o salário de um professor e de uma professora em final de
carreira era de R$ 2 mil, somados aos quinquênios. Hoje, o salário, no
final do Nível II, Classe 11, é de mais de 8 mil. E, no final da
carreira, Nível III, Classe 11, é de aproximadamente R$ 12 mil. Isso é
compromisso dessa direção. Os funcionários da escola Agente 1 tinham, em
2002, no início de carreira, R$ 248; hoje, pode se aposentar com mais
de R$ 5 mil, somados os quinquênios. O Agente 2 tinha um início de
salário de R$ 348 e, hoje, pode se aposentar com mais de R$ 7 mil. Essa é
a condução séria, que a direção da APP, através da Chapa 1, sempre fez.
Agora, o professor Hermes Leão, que sempre esteve conosco em todas as
batalhas, vai conduzir, juntamente com os demais companheiros e
companheiras, a nossa próxima gestão. Estaremos firmes, mais fortes,
contundentes, com a mesma responsabilidade de sempre, dirigindo a APP
Sindicato. Por isso, dia 10 de setembro, vote Chapa 1 Estadual e Chapa 1
Regional, para a nossa categoria continuar avançando. Um grande
abraço”.
Eis
aí: o próprio sindicato reconhece a boa realidade salarial dos
professores no Estado. É claro que Marlei faz de conta que tudo nasceu
da sua “luta”, não do esforço dos sucessivos governos, muito
especialmente o de Beto Richa, em elevar o salário da categoria. Como já
afirmei aqui, o piso para 40 horas no Estado é um dos mais altos do
país: R$ 3.195; a remuneração média é de R$ 4.700. Dessas 40 horas, 14
são dedicadas à chamada hora-atividade. Desde 2010, foram contratados
23.653 professores, e o fundo para manutenção das escolas teve reajuste
de 61%.
E
por que os professores estão em greve? Porque assim decidiram o PT e a
seus aliados de extrema esquerda. O pretexto de que a mudança em regras
da aposentadoria vai prejudicar o sistema é falso.
Alguém
poderia perguntar: “Ah, mas esses números justificam a violência
policial?”. Não! Em primeiro lugar, eles mostram o absurdo da greve, já
declarada ilegal. Em segundo lugar, é preciso que se verifique violência
contra quem e em que circunstâncias. A PM saiu descendo o sarrafo em
manifestantes pacíficos ou enfrentou brucutus, alguns deles mascarados,
que depredavam o patrimônio público e tentavam invadir a Assembleia
Legislativa?
Reitero:
este post não traz a versão do governador, mas a da ex-presidente do
sindicato, uma das líderes da greve, da invasão e da tentativa de
invasão. Ela também foi candidata a deputada federal pelo PT, derrotada
no ano passado.
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