A presidente prega austeridade para agradar ao mercado, mas apoia no Senado a aprovação de gastos de caráter eleitoral

Essa contradição só aumenta a desconfiança dos investidores e dos empresários em relação ao real compromisso do governo com o controle das contas públicas. A presidente já tinha firmado um pacto fiscal em junho, em resposta aos protestos das ruas. De lá para cá, no entanto, a situação fiscal só se deteriorou, a ponto de o Brasil estar sob a ameaça de rebaixamento das agências de classificação de risco. Dilma acredita que o pacto fechado com parlamentares evitará a aprovação do “pacote bomba” de R$ 60 bilhões no Congresso e, ao mesmo tempo, dará ao governo a imagem de responsabilidade que o mercado cobra, reduzindo as críticas à política fiscal durante as eleições de 2014.
Para parlamentares da oposição, os novos cargos serão usados para acomodar apadrinhados políticos. O líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), questionou o porquê de Dilma decidir criar, “às vésperas de uma disputa eleitoral”, uma nova agência reguladora. “É muito dinheiro e muita gente contratada para funções que, de alguma forma, já estão sendo exercidas. Não é de se imaginar que os técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que têm profunda ligação com o mundo real e aos quais o Brasil tem que ser eternamente grato, não produzam conhecimentos que cheguem aos estados”, criticou.
Fonte: Correio Braziliense
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