
Punks que partem para o quebra-quebra
são arregimentados por militantes do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) com
o objetivo de desgastar o PT do prefeito Fernando Haddad e o PSDB do governador
Geraldo Alckmin, de acordo com documentos sigilosos aos quais a Folha teve
acesso.
Para a polícia, a forma de ação desses
supostos punk é "semelhante a atos de guerrilha". Seria também uma
forma que integrantes do PSOL teriam encontrado de constranger os dois
governantes sem aparecer numa situação que poderia desgastar a imagem do
partido, de acordo com esses relatórios.
Um dos relatórios do P2, sigla pela
qual é conhecido o serviço reservado da PM, frisa que não há envolvimento do
PSOL como partido, mas de militantes avulsos. A avaliação foi feita por
policiais militares infiltrados. Os punks e anarquistas partem para o
que a polícia chama de "atuações paralelas" sempre que suas propostas
são rejeitadas pelo Movimento Passe Livre, que convoca as manifestações.
O presidente nacional do PSOL, o
deputado federal Ivan Valente, diz que a avaliação é completamente equivocada.
"Os arapongas sempre cometem erros crassos de avaliação política. O PSOL nunca apoiaria esse tipo de
comportamento. Não precisamos utilizar ninguém para criticar governos".
PINGA ANTES E DEPOIS
O monitoramento mostrou que os punks
seguem um ritual que se repete nas manifestações, segundo os relatos feitos.
Tomam pinga antes de começar os protestos, esperam o movimento atingir o seu
ápice para começar a agir e comemoram os resultados com mais pinga depois que o
corre-corre acaba.
Para destruir vitrines e janelas, eles
usam uma meia recheada com ferro e pregos, segundo o relato dos PMs.
A polícia diz que os punks que seriam
recrutados por militantes do PSOL já acreditavam na violência como forma de protesto.
Parte deles é ligada ao Black Bloc (Bloco Negro), uma estratégia
anticapitalista que nasceu na Alemanha, nos anos 70.
O Black Bloc prega o ataque a símbolos
como o McDonald´s como uma forma de combate ao capitalismo. Todos usam máscaras
e roupas pretas, tida pelos anarquistas como a cor da negação.
A avaliação da polícia o é que o
Movimento Passe Livre tem intenções "sinceras" ao defender a redução
da tarifa de R$ 3,20 para R$ 3,00 e não tem orientações violentas. Mas, como
não aceita lideranças, permite que esse tipo de comportamento violento explore
o movimento.
A inexistência de lideranças é
considerada o pior pesadelo para a polícia porque não há alvos claros. Outra
dificuldade é separar a ação política dos atos criminosos.
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