Ofício poderia esclarecer se Toffoli ajudou Dirceu em resposta à PGR
Documentos com questionamentos da Procuradoria Geral da República (PGR)
ao então ministro José Dirceu sobre o mensalão desapareceram da Casa Civil. O
órgão informou ao GLOBO não ter mais em seus arquivos o processo com a
tramitação interna do ofício 734/2005, em que o então procurador-geral Cláudio
Fontes perguntava a Dirceu, em 13 de junho de 2005, sobre denúncia do deputado
Roberto Jefferson (PTB) de pagamento de propina a deputados do seu partido, em
troca de apoio político ao governo Lula. Dirceu respondeu três dias depois, por
meio do aviso 590/2005.


No mesmo ano em que o mensalão foi denunciado (2005), Toffoli formulou a
resposta oficial de Dirceu, quando a PGR abriu procedimento para investigar
viagem do ministro a Minas Gerais, para inaugurar o Instituto Minas Cidadania.
A PGR apurava se a viagem, custeada pelo poder público, poderia ter sido
realizada com “propósitos eleitorais”. Toffoli também participou da formulação
de defesa de Dirceu quando a PGR pediu acesso a documentos de compra com
dispensa de licitação na Casa Civil. Atuou ainda quando Dirceu foi convocado
pelo Senado para falar sobre a transformação da Infraero em sociedade mista.
Ele recusou o convite.
Os questionamentos enviados por Fonteles aos principais envolvidos no
escândalo estão na origem do processo do mensalão, que resultou na apresentação
de denúncia da Ação Penal 470. No ofício enviado a Dirceu, Fonteles perguntou
se ele participara de reunião com Jefferson, na qual o deputado teria lhe
contado sobre pagamentos de Delúbio Soares (tesoureiro do PT) a políticos do
PTB. “Aconteceu a conversa?”, escreveu Fonteles. “Em caso positivo, a conversa
deu-se nos termos postos na reportagem?”, continuou, mencionando texto
publicado pela “Folha de S. Paulo” sobre o tema. No aviso 590/2005, obtido pelo
GLOBO na PGR, José Dirceu respondeu de forma lacônica às perguntas. “Não” e
“Prejudicada”, respectivamente.

O GLOBO perguntou a Toffoli se ele auxiliou Dirceu a responder a
questionamentos da PGR sobre o mensalão. Fez a mesma pergunta a Dirceu. Os dois
informaram que não se manifestariam. No início do julgamento do mensalão, o
então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cogitou questionar a
participação de Toffoli , devido à sua condição de ex-advogado de Dirceu e
assessor na Casa Civil na época em que o petista teria cometido os crimes
denunciados no processo.
Fonte: OGlobo
Fonte: OGlobo
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