Camila Maxi
camila.maxi@jornaldebrasilia.com.br
Após polêmicas sobre a revitalização do Estádio Nacional Mané Garrincha, não se sabe ainda se o local conseguirá dar conta de abrigar grandes shows internacionais. A prova de fogo está marcada para acontecer no dia 17 de setembro, quando a cantora norte-americana Beyoncé ocupará a arena com a turnê The Mrs. Carter Show.

Este será o primeiro show internacional no estádio multiuso. Porém, quem assistiu ao primeiro evento cultural no local, Renato Russo Sinfônico, em 29 de junho passado, reclamou de falhas técnicas, problemas de som, desorganização e até falta de água nos banheiros.
Sinfonia atrapalhada
Para parte das 46 mil pessoas que foram ao tributo, a cidade deve se preparar melhor para receber grandes eventos. “Começou com muitos problemas. Não gostei da acústica, não dava para ouvir direito. Desligaram a água do banheiro, que ficou muito sujo”, disse Elaine Abreu.
Marivaldo Vicente, de 46 anos, perdeu 40 minutos de show por causa da fila.
“Estava muito desorganizado. Faltou sinalização para as entradas. Os funcionários não receberam instruções para atender ao público, cada hora nos mandavam para um lado diferente”.
A organização do evento reconheceu, que houve falta de preparo para os funcionários. Segundo a produção do Renato Russo Sinfônico, o evento arrecadou R$ 70 mil em Imposto Sobre Serviços (ISS) para os cofres do Governo do Distrito Federal (GDF).
Novas regras e valores
A partir de agora, o GDF possui normas e valores para a realização de eventos no Estádio Nacional. O decreto 34.561/2013 traz uma tabela com os valores das taxas de uso, que chega a 15% da arrecadação bruta.
No caso da arena multiuso do Mané Garrincha, os espetáculos culturais apoiados pelo GDF custarão R$ 150 mil pelo uso das áreas destinadas ao público, mais o gramado. Sem apoio do governo, os eventos – exceto as partidas de futebol que ocuparem o gramado e a primeira arquibancada – custarão R$ 200 mil. Os valores sobem gradualmente de acordo com a ampliação da área ocupada. O aluguel da área completa do estádio, ficou estabelecido em R$ 500 mil ou 13% da renda bruta do evento, considerado o maior valor entre os dois.

Além do valor da taxa de uso, os responsáveis pela locação terão de arcar com as despesas de energia elétrica, limpeza e segurança nos períodos de preparação e operação dos eventos.
Triunfo do pop
A nova turnê da diva Beyoncé é cheia de efeitos especiais explosivos e jogos de luzes. O triunfo artístico da cantora é seu mais ambicioso projeto, concebido para grandes arenas e estádios. Procurada pela reportagem do Jornal de Brasília, a produção do show, representada pela empresa XYZ Live, disse que ainda não tem informações sobre a estrutura da performance de Beyoncé na capital. Esta será a primeira vez que a norte-americana vem à cidade. Em 2010, a artista veio ao País com a turnê I am... Tour, que passou por Florianópolis, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.
Ponto de vista
Para Frederico Flósculo, especialista em Monumentos de Brasília, o Estádio Nacional não é apropriado para abrigar espetáculos musicais. “Ele foi desenhado para jogos de futebol e para nada mais acontecer com a mesma qualidade. Em qualquer realização que não seja essa, ele vai se comportar como um estádio. É necessário que se faça um estudo minucioso sobre a acústica arquitetônica. As caixas de som e o público precisam ser posicionados da melhor forma possível. Só assim para os problemas sonoros serem amenizados. Quero crer que a produção da Beyoncé irá calibrar a acústica, caso contrário, ela sairá com tomates na cabeça. O público paga pelo ingresso e quer assistir o melhor".
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
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