Em noite violenta, PM atirou até em quem pedia 'não
machuquem os meninos' em SP
Reportagem do iG flagrou diversos casos de arbitrariedades cometidos
pela PM na região central ao longo da tarde e início da noite de quinta-feira.
Mais de 230 foram detidos em SP
Ricardo Galhardo - iG São Paulo | 14/06/2013
06:00:00 - Atualizada às 14/06/2013 09:37:54

As estações de
Metrô da principal avenida da cidade fecharam os portões. Os seguranças
escolhiam quem podia entrar pela cara e pelas roupas. O comércio fechou as
portas por orientação da Polícia Militar, que impediu o tráfego de pessoas em
vários pontos e os barrados no metrô se aglomeravam nas calçadas.
Algumas vezes os
trabalhadores eram confundidos com grupos de manifestantes e viravam alvos das
balas de borracha, bombas de efeito moral e gás. Pessoas choravam, tentavam se
esconder e andavam com os braços erguidos para evitar a violência policial.
A reportagem
do iG flagrou diversos casos de
arbitrariedades cometidos pela PM na região central ao longo da tarde e início
da noite de quinta-feira.
Um homem também
negro, com camiseta de listras horizontais, foi detido violentamente depois de
reclamar da falta de diálogo do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Largo do
Patriarca, ainda antes do início da marcha.
O auxiliar de
escritório Valdemir de Souza, 21 anos, levou um tapa na orelha de um PM na
calçada da rua da Consolação. “Tira essa máscara e mostra a cara seu filho da
p...”, gritava o policial enquanto o espancava.
Souza não estava
mascarado. Ele colocou a camiseta preta no rosto para evitar os efeitos do gás
lacrimogêneo e nem sequer participava do protesto.
“Acabei de sair do
trabalho e estou tentando voltar para casa. Nem sei porque apanhei”, disse ele.
Daniel Klein,
professor de Economia da PUC-SP, e outras duas pessoas foram detidos
simplesmente por gravarem a ação da PM com seus tablets e celulares na Praça
Roosevelt.
A reportagem também
flagrou outras cinco pessoas sendo levadas pela PM por chamarem os policiais de
fascistas.
“O único jeito de
não ser preso hoje é andar com as mãos para cima e calado”, disse o advogado
Estevão da Cunha. Ele recebeu uma reprimenda e quase foi preso por gritar
“violência não”.
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