Recentemente
notei que vários amigos compartilharam uma publicação em que se critica
indivíduos de determinados grupos sociais que se classificam como sendo
de “direita”. Esta é a publicação divulgada nas redes sociais:
Pardon me, mas vocês entendem o rico de esquerda? Uma das
grandes bandeiras da esquerda é a maior tributação sobre as grandes
fortunas. Por que o rico se associaria com grupos políticos que querem
sobretaxar suas fortunas?
Fiz esse questionamento em uma dessas páginas de extrema-esquerda no
Instagram quando vi a publicação acima. A administradora da página me
respondeu que uma coisa não tem nada a ver com a outra pois “tudo que a
classe operária produz, tudo lhe pertence”. Eu não sou cientista
política, mas felizmente não fugi das aulas que tive da matéria. Me
ajudem aqui: será que o rico, se for de esquerda, é classe operária?
Seria o Gregório Duvivier um integrante da classe operária? E o Wagner
Moura então? Eu entendo perfeitamente que para os seguidores da teoria
marxista, ou o sujeito é classe dominante ou é classe dominada; ou ele
possui os meios de produção ou não possui. Pertencer às duas classes
simultaneamente é impossível. Como é possível rejeitar o pobre de
direita e aceitar o rico de esquerda? Acho que isso daria uma tese!
Mas, decidi seguir o raciocínio da administradora da página. Fiz nova
pergunta: o rico pode ser de direita ou de esquerda, mas o pobre só
pode ser esquerda? Não tive resposta.
Na minha visão de mundo liberal, pobre pode gostar e ser afiliado com
o que ele quiser. Rico também. O Pobre é um sujeito livre e o Rico
também é. E quando eu falo livre me refiro ao nível mais básico do que
significa ser humano. E isso me faz lembrar Ayn Rand, quando ela faz a
sublime defesa do indivíduo: “a menor minoria da Terra é o indivíduo”.
A esquerda não tem monopólio na defesa dos direitos dos pobres, ainda
que acredite muito nisso. E mesmo que tivesse, os pobres tem direito ao
livre pensar. Se você acha que o pobre de direita está se posicionando
equivocadamente, convença-o do contrário através de argumentos
consistentes. Reproduzir postagens como a referida anteriormente é
somente mais uma estratégia virtual de shaming e, convenhamos, isso não é muito inteligente…
Sou a favor da liberdade de escolha e de expressão do indivíduo.
Sobre a autora: Patrícia Silva é Doutora em Educação pela UFF com realização de estágio doutoral na Ohio University. Trabalha como Pedagoga na Escola de Serviço Social da UFRJ. É uma das administradoras da Libertas, página do Facebook que tem como objetivo a apresentação de estudos sobre o liberalismo na educação e os ideais de liberdade.
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