Em baixa, prefeita de Valparaíso vê auxiliares construírem pré-candidaturas

Dois secretários e até o vice-prefeito estariam viabilizando seus nomes para a eleição de 2016, mesmo sabendo que Lucimar Nascimento (PT) tentará a reeleição

Prefeita de Valparaíso de Goiás, Lucimar Conceição (PT); o vice-prefeito, Elson Varejão (PMDB); o secretário de Saúde, Walter Mattos (PPS); e o secretário de Governo, Antônio Reis (PSB): auxiliares são apontados como possíveis substitutos da petista | Fotos: reprodução / Facebook  
A situação da prefeita de Valparaíso de Goiás, Lucimar Conceição (PT), é tão delicada que nem mesmo seus subalternos lhe prestam o devido respeito. Candidata natural à reeleição no pleito de 2016, a petista vê dois secretários e até o vice-prefeito se lançarem pré-candidatos.
Com a popularidade no chão — pesquisas internas mostram que a rejeição chega a surpreendentes 80% –, quase ninguém acredita na recuperação da atual gestão. Nos bastidores, Elson Varejão (PMDB), o vice-prefeito; Antônio Reis (PSB), secretário de Governo; e Walter Mattos (PPL), secretário de Saúde, estariam trabalhando para serem o nome da “situação” no próximo ano.
A verdade é que ninguém quer ser “situação” em Valparaíso. “Qualquer um que for apoiado, ou mencionar que fez parte da gestão Lucimar está fadado ao fracasso”, revelou um vereador.
Secretários Walter Mattos e Antônio Reis ladeiam a prefeita Lucimar com o padrinho político, ex-governador do DF, Agnelo Queiroz | Foto: reprodução / Facebook Em entrevista ao Jornal Opção Online, tanto Antônio Reis quando Walter Mattos juram de pés juntos que não serão candidatos. Ambos declararam apoio público à reeleição da prefeita Lucimar, mas deixam claro que há problemas na gestão — como em todos os municípios brasileiros – a maioria resultado da “crise financeira do País”.
De acordo com o secretário de Governo, o nome dele “é citado pela população” como possível candidato para a disputa de 2016, porém, o grupo é quem vai tomar a decisão em conjunto. “Acreditamos que ela [Lucimar] tem condições de se reeleger, mas isso será uma discussão dentro do nosso grupo. O momento é de cada um tentar valorizar seu conhecimento e sua aceitação popular”, defendeu Antônio Reis.
Já Walter Mattos — que estaria trabalhando para construir uma 3ª via — deixou claro à reportagem que não tem interesse em ser candidato e que está até pensando em “se aposentar”. “Dois mandatos como vereador, quatro anos como secretário… Acho que já dei minha contribuição”, desconversou. Para ele, o desgaste da atual gestão não é, necessariamente, um desgaste pessoal da prefeita petista. “As críticas que às vezes são feitas vêm pelo desgaste do ex-governador do Distrito Federal [Agnelo Queiroz (PT), aliado e padrinho político de Lucimar, que foi defenestrado do poder já no 1º turno] e pela crise que acaba refletindo”, justificou Mattos.
O secretário exaltou feitos da gestão atual e afiançou o trabalho que está sendo feito. “Os problemas não são só de Valparaíso, todas as cidades têm. Ela [Luciamar] ajustou as contas, pegou uma prefeitura arrasada, sem certidões negativas e uma dívida de 26 milhões. Resolveu as pendências financeiras e é candidata natural à reeleição”, arrematou o responsável pela Saúde.
Questionados sobre o sucesso eleitoral da ex-prefeita e arqui-inimiga de Lucimar, a secretária estadual de Direitos Humanos, Lêda Borges (PSDB), ambos os secretários minimizam o resultado. “Lêda teve os mesmos votos que conseguiu em 2012, quando foi derrotada pela prefeita”, lembra o secretário de Saúde.
Para ele, Lucimar Conceição é “a maior líder política” de Valparaíso e, mesmo os candidatos a deputados estadual e federal, senador e governador apoiados pela prefeita petista não terem sido os mais bem votados na cidade, foi ela a responsável pelo sucesso da presidente Dilma (PT).
Antônio Reis sustenta que a base da prefeita Lucimar lançou três candidatos a deputado estadual e, por isso, não conseguiu eleger nenhum deles. Mas sugeriu que, se somadas as votações, chegariam próximas as que teve Lêda Borges — vitoriosa na cidade, com 22.670 votos (46% do eleitorado).

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