BRASÍLIA
- Quanto
vale um deputado influente, com currículo estrelado e livre acesso ao Palácio
do Planalto? Se estivermos falando de Antonio Palocci, a resposta é R$ 35
milhões. Essa foi a bolada que ele faturou enquanto exercia seu último mandato
na Câmara, de 2007 a 2010.
O
dinheiro foi pago à empresa do ex-ministro por nada menos que 60 clientes. Em
quatro anos, ele recebeu de bancos, planos de saúde, empreiteiras, escritórios
de advocacia e até fabricantes de telhas. Ao menos uma das contratantes, do
setor petroquímico, é investigada na Lava Jato.
Quando a
Folha revelou seus negócios, em 2011, o petista disse que atuava como
consultor. Os verdadeiros consultores legislativos, que são servidores
concursados, deveriam ter protestado. Depois de Palocci, o termo passou a
denominar legisladores que fazem bicos milionários.
A
atividade paralela pode não ser proibida, mas é incompatível com o cargo. Os
parlamentares já recebem subsídio de R$ 33,7 mil, fora auxílios e verbas de
gabinete. É o bastante para viver bem, sem precisar passar o pires entre
empresários que têm interesses a defender em Brasília.
O petista
também alega que declarou seus rendimentos à Receita, o que não resolve o
problema. Como sua empresa era protegida pelo sigilo fiscal, o eleitor não
ficou sabendo para quem ele trabalhava. Seus clientes só vieram à tona porque
ele entrou na mira do Ministério Público.
Palocci
ficou rico, embora não tenha batido os R$ 39 milhões de faturamento da empresa
de José Dirceu. A depender dos dois ex-ministros, o PT já poderia ter mudado a
sigla para PC: Partido dos Consultores.
É grave a
crise no Rio. Na manhã desta terça, o governador Luiz Fernando Pezão, 1,90 m de
altura, apertava-se em um voo da Avianca para Brasília. No tempo das vacas
gordas, seu antecessor, Sérgio Cabral, esbanjava R$ 3,5 milhões anuais pelo
conforto de jatinhos executivos.
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