A abertura da Copa do Mundo acontece daqui cem dias. Em 12 de junho, Brasil e Croácia farão o primeiro jogo do Mundial no Itaquerão, em São Paulo. Sete anos após começar sua preparação, o país pode finalmente mostrar ao mundo tudo o que fez para sediar o mundial. Mas será que já está tudo resolvido?
Faltando pouco mais de três meses para a chegada das seleções e de 600 mil turistas estrangeiros, quatro estádios ainda não foram inaugurados, as obras de mobilidade urbana estão empacadas e só dois aeroportos terão todas as intervenções planejadas entregues a tempo.
O UOL Esporte preparou uma lista com dez assuntos pendentes na preparação do Brasil para a Copa do Mundo:
1 – Estádios

Alguns problemas estiveram no caminho das obras. Em São Paulo e em Manaus acidentes causaram a morte de operários e provocaram a interdição da obra por um tempo. Em Cuiabá, o estádio enfrentou um incêndio e uma briga judicial de quase um mês para decidir que empresa instalaria as cadeiras. Curitiba atrasou tanto que a Fifa ameaçou tirar a cidade do Mundial. A obra foi garantida graças a uma liberação de dinheiro público.
2 – Testes operacionais
O principal argumento da Fifa para exigir a entrega dos estádios com ao menos seis meses de antecedência é fazer uma série de testes operacionais. Como fica responsável por todo o funcionamento da arena durante o Mundial, a Fifa pede para ter tempo de testar suas operações de limpeza, transporte, voluntários, segurança, credenciamento, atendimento a torcedores, suporte médico, venda de alimentos, entre outras coisas.
Na última coluna que publicou no site da Fifa em 2013, o secretário-geral da entidade, Jérome Valcke, disse que, excluindo-se São Paulo, as demais cinco cidades que não foram sedes da Copa das Confederações teriam eventos-teste em março. A 100 dias da Copa, nem todos os estádios confirmaram a agenda.
3 – Estruturas temporárias

Em São Paulo, a prefeitura já declarou que não vai ajudar o Corinthians a montar as estruturas, que devem custar entre R$ 50 milhões a R$ 60 milhões. O município e o Estado devem ceder prédios e terrenos públicos para o centro do voluntariado.
Uma das preocupações das sedes é evitar que o alto custo das estruturastemporárias, que só servem para o evento e não deixam um legado propriamente dito, seja contestado pelo Ministério Público, a exemplo do que aconteceu na Copa das Confederações, quando a Promotoria pediu que cidades e Estados devolvessem R$ 216 milhões gastos com as estruturas de seis sedes.
4 – Fan fests

A situação se tornou crítica depois que a Prefeitura de Recife informou que não vai pagar os R$ 11 milhões estimados para fazer a festa. A cidade espera, porém, o apoio da iniciativa privada para organizar o evento. Enquanto esse apoio não aparecer, porém, o evento está cancelado.
O Rio de Janeiro tem discutido com a Fifa mudanças no modelo da fan fest para conseguir produzir o evento. Em São Paulo, a saída encontrada pela prefeitura foi contratar uma empresa que monte a estrutura e que, em troca, possa explorar o patrocínio na fan fest e em outros cinco palcos de exibição pública. Mas a Fifa teve que ceder e permitir que patrocinadores que não são parceiros da entidade coloquem seu nome nos eventos.
5 – Internet nos estádios

O Sinditelebrasil (Sindicato das Operadoras de Telefonia Celular) que mesmo estádios já concluídos, como o Maracanã, no Rio, só terão todos os equipamentos necessários para que as redes 3G e 4G funcionem perfeitamente em maio. Nos estádios privados, as negociações ainda estão sendo feitas com os respectivos clubes.
6 – Obras do entorno

No Rio de Janeiro, uma série de intervenções para combater as frequentes enchentes no entorno do Maracanã devem ficar prontas no início de 2016. Os reservatórios subterrâneos deveriam ser concluídos em 2014, mas foram adiados pela prefeitura.
7 – Mobilidade

A cem dias do início da Copa, apenas cinco das 41 obras de mobilidade urbana que ficaram na Matriz de Responsabilidades foram entregues. Manaus, por exemplo, desistiu dos planos de fazer um VLT (veículo leve sobre trilhos) e uma linha de BRT (bus rapit transit, um corredor de ônibus).
Assim como Manaus, outras quatro cidades-sede que apresentaram projetos de monotrilho ou VLT para a Copa tiveram algum problema para tocar as obras. São Paulo retirou a Linha 17-Ouro da Matriz de Responsabilidades.
Em Fortaleza, o MPF questionou as desapropriações feitas pelo governo. Em Cuiabá, a preocupação era evitar um gasto de cerca de R$ 1 bilhão com um projeto que não tinha a viabilidade comprovada. Em Brasília, a Justiça anulou a licitação por encontrar erros no processo de escolha das empresas que fariam o monotrilho.
8 – Aeroportos

A reforma dos terminais de embarque de outros quatro aeroportos Confins (Belo Horizonte), Manaus, Galeão (Rio de Janeiro) e Salvador atrasou e acabou sendo dividida em etapas. Apenas parte ficará pronta no primeiro semestre..
Duas intervenções foram retiradas da Matriz de Responsabilidade: a construção da nova torre de controle do aeroporto de Recife e a obra de ampliação da pista de pouso e decolagem do aeroporto de Porto Alegre.
9 – Energia elétrica

A conclusão do relatório foi que existe risco de "interrupções pontuais no fornecimento de energia elétrica que impliquem em desligamentos temporários e localizados em determinados bairros". Ativistas do movimento "Não vai ter Copa" estão combinando, pela internet, meios de produzir blecautes em dias de jogo por meio do uso excessivo de aparelhos elétricos em suas casas.
10 – Estrutura de turismo

Os governos não conseguiram aprovar seus projetos para conseguir a liberação da verba. As obras são de rápida execução, segundo o Ministério do Turismo. Mas se as cidades já tivessem executado as intervenções, poderiam se beneficiar dos turistas.
Fonte UOL
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