CPMI da Copa a um passo de fazer o gol

A criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Copa está na marca do pênalti. O autor da proposta, deputado federal Izalci Lucas (PSDB), atingiu ontem o número mínimo de assinaturas na Câmara e no Senado para a abertura do processo de investigação política.
Para a abertura de uma CPMI é necessário o apoio formal de um terço dos deputados e senadores. Em números concretos, é preciso de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. “Consegui 172 deputados e 27 senadores”, afirmou Izalci.
Quer se precaver
O tucano agora trabalha para conseguir uma margem de segurança antes de apresentar o pedido de abertura para a Mesa Diretora do Congresso. A medida é uma preocupação contra uma mais que provável manobra governista para a retirada de assinaturas.
Hoje a oposição é minoria no Congresso. Por exemplo, do total de 513 deputados o número de oposicionistas na Câmara é de aproximadamente 90 parlamentares.
“Sei que o governo já está se movimentando. Alguns deputados vieram me contar que receberam ligações pedindo que retirassem as assinaturas. Eles foram pressionados, mas disseram que vão manter o compromisso”, relatou o deputado.
Pelas contas do tucano brasiliense, o ideal seria apresentar o pedido de CPMI com 190 deputados e 29 senadores.
Reivindicação
Segundo o parlamentar, a apuração dos gastos com a Copa é uma das demandas sociais vistas na sequência de manifestações populares que marcaram o cotidiano do País ao longo da Copa das Confederações.
Izalci não definiu data ou horário para a entrega das assinaturas. Teoricamente, ele tem para a formalização do processo até o dia 17 deste mês, véspera do recesso do Congresso. De toda forma, o deputado avalia que os trabalhos de uma CPMI só têm condições ideais para começar a partir de agosto.
Há clima para apurar, diz cientista
O segundo semestre legislativo do Congresso pode ser marcado por Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). O cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Kramer observa que há cenário propício para a oposição disparar processos de investigação destinados a desgastar a popularidade da presidente Dilma, do atual governo e atingir até o ex-presidente Lula.
Na análise de Kramer, as recentes manifestações populares, agregadas à queda da presidente nas pesquisas e à crescente pressão inflacionária possibilitam este horizonte político. Nesse sentido, o especialista observa que já se registram no Congresso claros movimentos da oposição.
Duplo objetivo
“Vai se centrar em duas metas. A primeira é tentar manter Dilma em baixa com a população. A segunda, minar uma eventual volta de Lula para a presidência”, comenta. Para isso, Kramer identifica personagens estudando pontos nebulosos da gestão do ex-presidente, a exemplo da gestão da Petrobrás, que chegou a ser questionada no final do seu governo em 2010.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
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